quinta-feira, 17 de março de 2011

Tudo o que luz é ouro...!

PSG 1:1 Benfica (Liga Europa: 1/8 final - 2ªmão)

A chuva ressoou na madrugada clamando pelo alvor duma nova semana, mas a enxurrada mostrou-se titubeante no ousado despertar, apenas fracos aguaceiros restaram da cinza, um frio refugiado com a noite, aproveitando os restícios de fama do inverno…

Terça-feira estremunhou com o sol estampado numa tela azul, mas depressa outras tonalidades transformaram a ilustração numa pacífica rebelião… e foi o mesmo cenário que trouxe 4ª-feira, pois a madrugada apagou as nuvens do céu, mas a manhã foi novamente acicatando hostes contra a claridade…de tal forma, pelo entardecer, o cinzento estendia-se por todo o horizonte, um breu que se fundia com as trevas, mesmo que no caminho de casa ainda tenha avistado o sol junto da linha poente…
A noite estendeu-se até terras de Sintra, para uma partida de futebol… depois da garganta molhada minimamente, regresso apressado, pulando a ponte para terras do sul, com a lua quebrada, no desvanecimento do véu, esperando por mim, antes de entrar a porta do sonho…

5ª-feira resistiu nebulosa, impávida ao entusiasmo do jogo do Benfica, na cidade luzidia, com a preguiça aliada do tempo, mas o dia seguiu o percurso inverso, aclareando o céu até à hora do jogo que havia de fundir a alegria com a noite…

Nós confiávamos na passagem da eliminatória, pela qualidade de jogo superior, mas era preciso demosntrá-la com todo o vigor, pois o futebol, hoje em dia, é a força mental, a união, a confiança e a velocidade, palavras chave para uma equipa singrar na Europa… são precisos os audazes que enchem as páginas de história, como José Mourinho, um herói dos tempos modernos, desta pátria lusitana… a caminho dos 900 anos…

A hora do jogo chegou ainda andava perdido no meio das Avenidas, o mais novo esperava por mim no ATL, para assistir a uma peça de teatro, e eu tive que aceder a tamanhas expectativas lúdicas e familiares…
O regresso ao lar deu-se antes do reatamento do jogo, ainda pensei refugiar-me na clausura, evitar os relatos e comentários do resultado ao intervalo, para depois visualizar a partida completa, subir os níveis de adrenalina, mas fui tentado pela ocasião e dirigi-me ao café para apenas aguçar o apetite ou por água na fervura…

Com o empate que se verificava, com a informação sobre o desenrolar do marcador e a constatação da prestigiante exibição, alterei completamente os planos e quedei-me por ali mesmo, com um grupo de distintos benfiquistas vizinhos, com os olhos pregado ao écran onde as imagens de Paris chegavam com todo o brilho e esplendor… para libertar toda a minha inquietação...

Já tinha escutado, pela rádio, poucos minutos antes do início, da notável constituição da equipa, a mesma que aparecia para a segunda metade…  e já com o serão esgotado, pude então assistir, na íntegra, no ninho da águia, ao desenrolar da primeira parte… Foi uma excelente partida de futebol, muito movimentada, com um Benfica personalizado, aguerrido e confiante, apesar da réplica e da velocidade do adversário…

O Maxi teve mais dificuldades, não teve muito espaço para manobras atacantes, apesar da intensidade atacante do PSG se distribuir por ambos os lados, com a actividade do Ceara e do Nene, o Aimar teve sempre interveniente, e só é pena que o Saviola não consiga atingir os níveis exibicionais do ano transacto, ou que o Cardozo seja tão atabalhoado na qualidade do passe e na conclusão dos lances de perigo, pois toda a equipa, com o Roberto à cabeça, a fazer duas gradiosas defesas, o Luisão enorme, e cada vez melhor, o Javi cumprindo sempre o seu papel, O Gaitan e o Salvio com uma dinâmica espectacular, coadjuvados sempre pelos laterais, hoje mais o Coentrão, com todo o fulgor, tiveram sempre com muito rigor e com muita classe, a lutar pelo jogo…

Afinal o PSG, está nos lugares cimeiros da Liga francesa, é uma equipa combativa e determinada, o que só nos vem adornar ainda mais o nosso desempenho e o feito alcançado…
Depois de um ano sem empatar, eis que somámos dois empates seguidos, mas se o primeiro foi amargo, em casa com o ultimo classificado, desta feita, com a primeira linha no relvado, teve um sabor de vitória e foi suficiente para alcançar os quartos de final da Liga Europa, igualando a performance da época anterior…

Já sabemos que não voltaremos a Anfield, pois o Braga foi muito bravo, mas com 3 equipas portuguesas, pode muito bem acontecer um desfecho caseiro; mas seja qual for a equipa a defrontar, desde Kiev até à vizinha Villarreal, temos que nos fazer valer dos mesmos argumentos, do mesmo crer e profissionalismo, confiar que tudo pode acontecer…

Segue-se o compromisso interno, com a deslocação a Passos de Ferreira, na próxima 2ª-feira, que serve já como estudo para a final de Coimbra, onde nos devemos apresentar com uma equipa ganhadora, consistente, com poucas ausências, gerindo de forma mais equilibrada o plantel, a pensar já na desfeita que nos merece o rival, no eventual jogo do título, em nossa casa, a exemplo do ano passado…

Nenhum comentário: