quarta-feira, 2 de março de 2011
A sorte acompanha os audazes...!
Benfica 2:1 Sporting (1/2 final Taça da Liga)
A semana foi empurrando o tempo, precipitando o epílogo de Fevereiro, numa calorosa e resplandecente festa de despedida, contudo o convidado frio, zangado com a apoteose e a zombaria do fim-de-semana, foi alastrando em defesa da dignidade do reino Inverno…
Claro que o Março, florido pujante, envolto de encantos tamanhos, aproveitou para se anunciar, no solarengo alagamento da manhã, do dia primeiro, consentindo a gélida estadia da brisa montanhosa no búlicio da cidade… e pequenas nuvens assopradas pela ventania fazendo companhia ao entardecer…
4ª-feira, servia-se da mesma ilustração, usava as mesmas palavras para descrever o tempo, todavia, a claridade que nos recebeu na rua, depois dum despertar apressado, realçava uma sublime fusão entre os astros, de tal modo a alegria invocava a felicidade, mesmo sem puder contornar o trabalho, com mais um aniversário da mulher, base do trapézio familiar…
A noite trouxe a comemoração íntima no lar, a festa partilhada do amor, da exaltação familiar..., trouxe igualmente, como se já não chegassem as emoções, a meia-final da Taça da Liga, com o Benfica a medir forças com o seu ancestral rival…pelo que, depois do cintilante sentimento, evocado na escuridão, eis o brilho do televisor a deslindar de novo a felicidade…
O onze titular mantinha a mesma bitola, entravam os mais rotativos e empenhados nas vitórias transactas… o Javi segurava o lugar, pleno de garra, o Sidnei retomava o eixo da defesa, com toda a serenidade, jogava o Martins de inicio, com mais poder de choque e combatividade, e a restante companhia, disposta para o assalto a mais uma vitória, com direito a bilhete para a 3ª-final consecutiva…
O Sporting, perante o assombro de quase meia centena de milhares de adeptos, naquele palco tão luzidio, apesar da pacífica comunhão de adeptos, destinguir alguns simpatizantes às riscas, entrou desinibido, afinal, não tinha nada a perder… O treinador era muito traquejado, soube incutir acutilância e determinação, com alguma experiência táctica à mistura, e os visitantes, cedo demonstraram que não estavam ali apenas para serem figurantes…
Diante daquele comportamento, ninguém diria que o grupo de Alvalade era amigo das derrotas e do infortunio, mas o Benfica, imune às desgraças alheias, tentava imprimir a sua lei, em reduto caseiro, impor o ritmo da partida para daí obter o fruto mais desejado… O Gaitan, voltou em boa forma física, depois de esforço da última partida, e teve muito activo, sincronizado na perfeição com o seu companheiro Coentrão… Do lado contrário, o Salvio também esteve em destaque com o Maxi a subir na ajuda à construção do ataque…
O Benfica joga como um harmónio, se sobe o Maxi o Salvio vai à dobra, o Luisão tenta compensar na defesa e o Javi recua para o meio dos centrais. O Saviola vai deambulando pela frente da área, tanto descai para as laterais, seja para receber a bola, seja para abrir espaço no meio, como recua até ao meio campo para ajudar o Martins, como faz tabela com o Cardozo na direcção da baliza…
Mas o Saviola, seja por insuficiência física ou moral, não têm rendido o mesmo da época passada, onde em quase todos os jogos ponha a sua chancela… Mas é sempre jogador, de excelente recorte técnico, que a qualquer instante pode aparecer…
O Cardozo, quase sempre atabalhoado no meio dos defesas, sem fazer um passe, quase nos provoca um colapso nervoso, depois de mais um penalti falhado, mas eis que aparece fulgurante, decidido a fazer mais um golo, e ao olharmos para aquela cara de menino, não evitamos o perdão...
O lance do golo leonino, mesmo que hajam algumas culpas repartidas entre a saida de Roberto e o posicionamento da defesa (estou a lembrar-me de outros golos similares), parece-me que o Postiga está adiantado… Mas depois, o Carriço, capitão emblemático do descrédito reinante, não aguentou e entrou o Polga para o seu lugar. O Benfica, depois de acelarar mais um pouco na procura do empate, beneficiou duma placagem sobre o Javi, assinalada pelo Juiz auxiliar, castigada com cartão… e depois do remate cego, eis que uma cabeçada acertada e fulminante, uns centimetros à frente da marca das penalidades, ditou a igualdade, ainda com cerca de 10 minutos para chegar ao fim do primeiro tempo…
O segundo tempo, começou com o Sporting a mostrar que ainda estava vivo, com energia e convicção, o Benfica ia tentando chegar à area, sempre com a mesma estratégia, o Coentrão sempre com mais vigor e repentismo, apesar da réplica defensiva… Mas o Benfica está muito robusto e solidário, fui apertando o cerco, com medo do calvário dos penaltis, em que sempre sai um crucificado… e teve ocasiões para alcançar vantagem, numa cabeçada do Cardozo àm trave, ou num pontapé do Martins, à entrada da área, poucos segundos antes de sair…
O Aimar, entrou com vontade, mas a disponibilidade atraiçoou a sua condição física, num centro mais vigoroso e voltou a sair, pouco depois, o Gaitan também saiu, para não por em risco a sua aptidão, e entrou um Jara com uma desenvoltura acima da média, uma vontade enorme de jogar e mostrar serviço… o Filipe Menezes, entrou para onde está mais adaptado, e mostrou que também sabe jogar com a bola nos pés…
O jogo aproximava-se do fim, o Sporting, com o Valdez, atacava ainda mais veloz e perigoso e as equipas pressentiram que qualquer uma podia chegar à vitória, presdispondo-se para a alcançar. Nesta correria desenfreada, quem acabou por corta a meta em primeiro lugar foi o Benfica, depois de uma insistência do Jara, com um centro largo, no miolo da área o Cardozo nas alturas cabeceia para o lado, no ressalto a bola sobra para a frente do Javi, que se virou e tocou para o fundo da baliza, decorria já o minuto 91.
Um grito de alegria ecoou por todo o estádio, levando à loucura os adeptos e toda a equipa…
Eu, depois da ruidosa manifestação do primeiro golo, desta feita, já com o relógio a entrar pelo serão, o gaiato deitado ao meu lado, depois de um cansativo dia, repleto de emoções, com visita ao Oceanário e com os exuberantes festejos da mãe, não pude fazê-lo com o mesmo vigor e sonoridade, afinal, também temos que fazer uso de algum traquejo…
O Couceiro, cumpre o seu papel, nas declarações finais, mas vir dizer que o árbitro deste jogo, prejudicou alguma equipa é pura demagogia, tal como no passado domingo… afinal tudo não passou de um travo desgosto em favor da sorte que sempre acompanha os audazes… o Benfica!
A semana vai seguir, entretanto estão a chegar os palhaços, os leões brancos e os cavalos ao centro de Almada, para actuações circenses, no ancoramento de mais um fim de semana, dois gordos dias de celebrações pagãs, qual efemeridade que é a vida, prolongados por mais três que são o Carnaval, abençoados pelas férias da escola e do trabalho, com uma viagem já planeada até às profundezas do meu ser…
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