domingo, 13 de março de 2011
Um passo atrás... para outros à frente!
Benfica 1:1 Portimonense
Mais um final de semana dum cansado Inverno, depois do atordoamento folião, com os aguaceiros ao largo, prontos para esbater a amena temperatura…
Na ambiguidade do espectro solar, agarramos mais uma pausa, recuperando a rotina do ambiente familiar…
O Cardinalli permaneceu mais uns dias na cidade, convidando os idosos do concelho a assistir ao maior espectáculo do mundo, e a matriarca deleitou-se com os cavalos, os palhaços e companhia… roendo de inveja o neto mais novinho…
Sábado, pomos o sono em dia, mergulhamos na piscina, fintamos um acidente que estorva o acesso à ponte, evangelizamos no periodo quaresmal, e visitamos a familia, deslocando-nos aos suburbios, num entardecer cinzento, absorvendo a noite e o ar puro do campo, de forma descontraida…
A chuvada faz-se audível nas trevas que antecedem o Domingo, mas o dia consegue desembaraçar-se da trovoada, negociando minutos de sol, por entre as espessas névoas que deambulavam no horizonte…
Antes do jogo com do Benfica, ainda fiz uma caminhada no circuito velocipédico dos gaiatos, com a tarde encurralada no ocaso e no curto perimetro, para desentorpecer e gastar energia, até que a noite me envolveu no mágico écran…
Mas quando comecei a observar o panorama, não quis acreditar, o Benfica aparecia descaracterizado, com uma revolução no onze, não fosse já bastante as ausências do Luisão, Maxi e Javi, o Jorge Jesus quis ainda privar-se de mais alguns jogadores primordiais…
Assim, era uma equipa de segundo plano, com o Aimar no centro para tentar segurar a bola, o Airton na zona defensiva e o Jara na frente com o Kardec, ainda a tentar segurar o esqueleto da equipa, mas as pontas não tinham ponta para pegar, o Luis Filipe não têm condições para jogar neste plantel, e a maior supresa era a entrada do Rodrik em detrimento do Sidnei…
Não estou só a falar nisto, porque foi o miudo a provocar o penalti, mas porque era elementar, sem falar doutras ausências, que o Sidnei assumisse a condição de titular, para ganhar mais rodagem, uma vez que não tem jogado muito…
Com o futebol muito previsivel e lento, apenas com o Aimar a tentar levar o jogo, mas sem muita velocidade nas desmarcações, o Portimonense foi obrigado a tentar mais alguma coisa, com lances rápidos no ataque, tentando alcançar o golo…
O Carole ainda disfarçou, mas o César não tem o desembaraço para desequilibrar no ataque, os Filipes no outro lado, não faziam um, o Jara tentava lutar pela floresta de pernas, procurar o remate, e o Kardec, meio perdido, sem sorte nenhuma…
O Airton tentava encher o meio campo, lutar sozinho, mas a equipa sem ritmo não dava prazer ver jogar, as coisas iam-se arrastando, tudo à espera, que um lance fortuito, pudesse resolver… e foi, mas na baliza do Moreira, que não teve hipoteses, para o remate da marca da grande penalidade…
Na segunda parte, com a entrada do Salvio e do Gaitan, a estrutura ficou mais equilibrada, começámos a ter mais bola, com mais velocidade e repentismo, o Cesar, apesar de tudo, desempenha melhor o seu papel na rectaguarda, aparecendo muitas vezes na frente, mas com o Portimonense muito fechado lá atrás era dificil chegar ao golo, sem um lance mais rápido e oportuno…
O tempo ia passando, o Azenha queria vingar-se da goleada infrigida, na ultima visita à Luz, trazia como companheiro o Helder, velho conhecido da casa, e uma série de considerações que, no final, dispensaram a sua ida ao psicologo, afinal também ele tinha muitos fantasmas com o emblema da Águia e não só… aproveitando os pupilos mais arreigados, Candeias e Ventura para concretizar a sua sessão…
Mas, nem árbitro, nem Portimonense, o único responsável por este empate foi o Treinador, que é quem gere o plantel, que afinal assumiu frontalmente este risco, os jogadores não foram suficientemente capazes, nem funcionaram como equipa, perante um adversário aflito, que a exemplo dos demais, se fechou lá atrás, contrariando o favoristismo do Benfica, consentindo mais de 60% de posse de bola, e procurando nas transições ofensivas atingir o seu objectivo…
Foi um sinal de fraqueza para o líder que segue invicto, apesar do discurso meio camuflado, foi admitir que é impossível revalidar o título, é dar um passo à rectaguarda nas nossas pretensões do campeonato, mas com o intuito de darmos dois em frente nas restantes competições...
Na minha opinião, era preferível apostar numa equipa mais equilibrada, de inicio, para forçar a vantagem e depois então sim, segurar o resultado com os elementos com menos capacidade… e foi mais uma vez o Nuno Gomes, a minimizar oprejuizo, com a marcação de mais um golo, cabeceando à boca da baliza…
Até ao apito final, ainda tentámos forçar, mas foram os visitantes a atirar uma bola ao poste, e o empate acabou por ser o resultado possível, passado um ano após o último empate, em todos os jogos oficiais…
Enquanto escrevia esta crónica, a chuva voltou a anunciar-se lá fora, outra semana se afigura pela frente, a segunda da estadia no deserto, a última da estação, lá para o final, esperemos nós que os craques das bancadas descam ao relvado de Paris, para nos darem mais uma alegria, fazerem uma boa exibição, com a luz da cidade e o cântico lusitano, fazermos brilhar o nosso orgulho e o encarnado europeu…
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