quinta-feira, 10 de março de 2011

Vitória de vontade, suor e emoção!


Benfica 2:1 PSG (Liga Europa 1/8 final - 1ª mão)

Depois do passeio até à região centro, três dias de alucinante folia, completamente entregues ao lazer familiar, com subida ao cume da serra, numa aventura bem próxima da entrada celestial…
Depois do abandono do reino da neve, da descida até aos vales profundos da sublime existência natural, serpenteando pelas encostas até às aldeias perdidas nas serranias..., eis que o regresso demorado nos devolveu outra vez à banalidade da vida na cidade…

O regresso pleno foi simultaneo, as crianças retomaram os trajectos escolares até à entrada do portão, enquanto os pais enfrentavam, por eles, as exigentes tarefas laborais que garantiam o sustento da casa… 5ª-feira trazia já o declinar da semana, os ternos momentos passados suavizavam a apreensão, o jogo do Benfica, ao início da noite, também ajudava a contornar o trabalho…
Depois do Carnaval desgarrado, com a chuva a molhar as praças do sul, os aguaceiros foram escasseando, o sol foi espreitando de soslaio, uma curta borrasca ainda lavou o entardecer, antes do regresso calmo até ao lar, onde me esperava o lugar cativo…

Os rapazes sobravam na sala, na tv perfilava-se a equipa maravilha, com o Martins a render o Aimar, o regresso do Salvio e do Gaitan nas alas e as duplas habituais: nas laterais, no centro da defesa e no ataque, o Javi cumpria a sua missão de demolidor… ou seja, esperava-se uma dinâmica voraz e arrebatadora…

Mas o Benfica não mostrou, logo de início, todo o esplendor, o PSG, partia em velozes contra ataques, que punham em sobressalto a defesa, criando varios lances para marcar… o Sidnei estava particularmente lento, o meio campo não pressionava, as percas de bola traziam complicadas jogadas, o perigo a rondar a baliza do Roberto…

O Benfica tentava impor o seu poderio, valer-se do factor casa, sentia-se que o jogo estava dividido, notava-se vontade em ganhar supremacia, procurar a vantagem...
Só que o PSG, num lance rápido, com um jogador isolado, conseguiu bater o Roberto, despejando um bale de água fria no impeto caseiro, com cerca de 30000 adeptos presentes, causando a todos uma grande decepção…

Mesmo assim, fomos tentando lutar, dar a volta ao resultado, com os forasteiros a continuar criar calafrios e oportunidades de golo…o jogo aproximava-se do intervalo, o comentador dizia que era a fase em que o PSG sofria mais golos, em o Benfica costumava marcar, por isso, a fé era grande (e este ano também é propício para estatísticas), e foi então, já bem perto do intervalo, que o Maxi, com o Martins a fazer um passe crucial, amorteceu de peito e rematou com o pé esquerdo bem para o fundo do nosso contentamento…

O tempo não deu para mais, pois que a embalagem e o entusiasmo fez-nos crescer. Já o começo da segunda parte invertia a estatística a favor dos visitantes, e quando se esperava a continuidade dum Benfica dominador, foi o PSG que equilibrou a contenda. Mas aos poucos, com a posse de bola esmagadora, a contribuir para o alento, um maior controlo do meio campo, com o Javi em grande plano, o Martins valendo-se da força, a equipa começou novamente a engrenar…

O Maxi com mais um jogo espectacular, corria toda a lateral, o Salvio ressentiu-se e foi substituido pelo Jara, um jogador incansável com uma alma e uma vontade enormes em conquistar o seu lugar… o Gaitan veio para a direita e o Jara encostou-se do lado contrário, mas pouco depois o Gaitan também saiu para dar lugar ao Aimar e a partir daí, foi uma avalanche de futebol…

Mesmo com a saída os extremos, o Jara com a sua entrega e capacidade física, o Martins com a sua combatividade e o Aimar no centro, com a sua técnica e visão de jogo, trouxeram magia ao ataque..., só é pena que o Cardozo seja tão perdulário, que o árbitro polaco seja tão fraquinho, que não tivéssemos marcado mais um golo… Mas o Jara, por volta do minuto 80 pôs justiça no resultado, corolário de um fim de partida avassalador e determinado…

Como o Martins disse no final, o que importou foi ganhar, pois também não é fácil a qualquer equipa ganhar ao Benfica, e temos condições para ir a Paris, discutir o jogo, com o apoio luso, e passar mais esta eliminatória, assim nos empenhemos com convicção e façamos disso outra batalha…

No Domingo, voltamos à Luz para enfrentar o Portimonense, sem Luisão, Javi e Maxi, três pedras importantes, mas certamente os substitutos cumprirão a missão, importante é não acentuar o desgaste do Gaitan e do Salvio, já o restante plantel, o Fabio parece não dar parte fraca, tem que continuar a lutar, com todas as forças, em cada jogo, por uma vitória…

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