domingo, 10 de abril de 2011

Todos (sacrificados) por um (glorioso)!




Naval 2:1 Benfica

O fim-de-semana emergiu das correntes balsâmicas, com as aves, seduzidas pela brisa do sul, invadindo o território costeiro e florido, dando asas ao Abril e à natureza

O sol foi temperando com vagar, os afazeres, mimos de lazer e convívio, prática desportiva ou religiosa, qual centelha que acalenta a alma e estende o horizonte…

No final de Domingo, no ocaso do fim de semana, ainda o crepúsculo sucumbia ao enlevo do entardecer, quando, na Figueira da Foz, iniciava mais uma partida de futebol, com o Benfica a defrontar o aflito Naval

Talvez já adivinhando o embaraçoso desempenho ou a falta de adrenalina, gravei o jogo, em detrimento do acolhimento da progenitora, em dia paroquial do doente, e foi já nos meandros  do serão, que constatei o empalidecido panorama…
O vermelho não era tão garrido, o mestre assistia na tribuna, e o rebanho tresmalhado que subia ao relvado queria mostrar conduta e vigor... mas as saidas tinham sido tão poucas que estremeciam com pavor dum lobo gigante e da sua fraca desenvoltura…

Afinal, a ultima aventura tinha corrido mal, contra o ultimo classificado, em pleno relvado da luz, desta feita, os mesmos protagonistas, com o Julio, Martins e Sidnei, no lugar do Moreira, Aimar e Jardel, tinham nova prova de fogo, para reforçar a ousadia… contra o penúltimo, de motivação superior, para evitar a despromoção…

O naval ia povoando o campo, os jogadores entregavam-se à luta, correndo atrás dos pontos, já que a responsabilidade de ganhar não lhes competia, mas o Benfica, amorfo, sem ritmo iam deixando o jogo correr, tirando o esforço do Jara, a competência do Martins, o querer do Kardec, a solidez do Sidnei, a experiência do Peixoto, o toque de bola do Meneses, o futuro do Roderik ou a entrega do Airton ou da promessa Carole, tudo o resto não funcionava, tudo isto não se interligava, não havia cumplicidade nem entrosamento, não havia motivação que chegasse, nem adversário que o consentisse…

A bola ia sendo maltratada, jogada aos repelões, o Naval estava mais interessado em destruir e marcar, mesmo que não fosse com futebol de primeira, e o golo haveria mesmo de chegar, depois dum livre, com a bola à entrada da pequena área, onde o guardião escancarou as portas ao cabeceamento contrário…

Com o decorrer da partida, o Benfica deu mostras de assentar, foi chegando mais amiude à area, procurando o golo, que veio a conseguir, ainda antes da primeira parte, num cabeceamento do Kardec, na sequência dum canto...
Mas não soubemos ou não conseguimos impor o ritmo, aproveitar a força anímica para embalar e passar para a frente do marcador...

o jogo foi-se arrastando até ao final, ainda entraram o Salvio, o Weldon e o Aimar, que renderam, respectivamente, Martins, César e Menezes, mas perdurava a indefinição e o equilibrio. Não soubemos contornar a defesa subida, criarmos jogadas de perigo, e quando o fizemos, pelo Salvio, desperdiçámos. Na jogada a seguir, aproveitando uma insistência e um ressalto, o Marinho, à entrada da área, faz o golo da vitória; e nem o Luis Filipe, isolado, antes do final, teve engenho para alcançar a igualdade…

E foi assim, com esta estratégia, de jogar com a equipa das reservas, de fazer rodar os jogadores, todos ao mesmo tempo, de poupar todos os titulares, que o Jesus sobranceiro, quis abordar esta jornada, abstraido de qualquer estatística, penhorando a imagem do Benfica, alguns dias depois da sua cotação em alta no mercado europeu, desfilando pelas ruas da amargura, em território nacional…

Mas a semana já recomeçou, o trabalho voltou, os garotos vão ocupando o tempo em actividades ludicas e recreativas, até que se espalhe o doce da Páscoa, as folgas dos pais, o sol continua a espraiar-se pelos céus, e os focos começam já a apontar para o próximo desafio, em terras baixas, na próxima 5ª-feira, onde a armada mais potente, sob o comando do experiente almirante, vão realizar a sua próxima batalha, defender com orgulho e galhardia, a vantagem já alcançada…

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