Beira Mar 0:1 Benfica
A semana avançou pé ante pé, pelas terras há muito prometidas ao Outono, onde só agora as sombras de mil sois começam a entranhar a frescura das noites prolongadas...
Um desses serões foi de futebol, do que ainda resta de força e saber doutras épocas, no convívio desportivo acostumado, entre viagens pela surdina duma cidade adormecida, procurando que a fadiga física seja terapia espiritual...
Assim foi chegando o fim da utilidade laboral, o sol ainda teve céu para se mostrar vigoroso, mas as notícias da metereologia já previam frio suficiente regelar a Estrela...
O fim de semana amanheceu com a tomada de assalto das nuvens, um sopro de outono pareceu envolver a atmosfera, um mês depois do calendário...
Os pequenos seguiram para as suas actividades desportivas, um com as mãos o outro com os pés, antes do reencontro na mesa, na casa portuguesa, com a chefe providencial a preparar o banquete, acompanhada de bom vinho, concerteza...
As acomodações, aliás, foram reservadas para estágio, os moços, livres da Catequese - a paróquia fora em peregrinação Diocesana a Fátima, distribuidos por salas de estudo, as mulheres, nos lavores e televisão, e eu entretido, já a pensar no jogo de Aveiro, à espera da noite...
Ainda sem SportTv, decisão retirada do pacote de medidas austeras que foi preciso implementar, ainda me lembrei do Portátil, de tão má memória para a minha reputação de navegador, mas resolvi ir até ao café da rua, para assistir na televisão…
Infiltrei-me no painel de espetadores residual, conhaque na mão, olhos bem fixos no écran, silencioso, impávido e disfarçadamente sereno, como manda o adágio popular…
O Benfica, apresentava algumas alterações, em relação à Champions, voltava o Cardozo e reconquistavam a titularidade o Saviola, o Nolito e o Matic, para além da mudança forçada do Amorim, que rendia o lesionado Maxi…Folgavam merecidamente o Gaitan e o Aimar - a dupla de mágicos, e o Javi, provavelmente ainda em recuperação…
Mesmo com a troca e o desgaste do jogo europeu, sentia-se um Benfica motivado, os jogadores confiantes, tentando chegar ao golo, em especial o Saviola, o Nolito e o Bruno, por quererem dar nas vistas, iam marcando o ritmo e criando lances de ataque… o Witsel, como sempre, era basilar nesta estratégia, sempre presente na recuperação da bola ou levando-a com segurança, desmarcando companheiros, passes concisos, mas jogando sempre com clareza e objetividade…
O Matic tentava não comprometer, mas o entrosamento ainda não é o melhor, o Amorim, tentava jogar bem mas estava ainda muito amarrado, valia-nos o tripé defensivo: Artur, Luisão e Garay e o voluntarioso Emerson para defender a baliza…
O Beira-Mar estava muito bem organizado, apesar do acelaramento do jogo encarnado não provocar grande desiquilíbrio, salvo algumas jogadas estonteantes que levaram a bola até à área aveirense, com o decorrer do jogo, foram os da casa que foram alicerçando mais confiança e começaram a abeirar-se com mais perigo da baliza do Artur…
De qualquer modo, era o Benfica que comandava a partida, mesmo que os espaços não fossem muitos, a bola ia correndo os jogadores, com maior ou menor intensidade e clarividência… e foi num lance fortuito, depois dum passe longo e rasgado que, o Rui Rego - o melhor guardião da Liga, deixou manchar o estatuto, perante o maior goleador que se isolava, tomou a decisão acertada de sair, mas ao pontapear a bola, esta foi para trás onde apareceu o Cardozo em corrida, a cabecear para a baliza deserta…
O intervalo chegou de imediato, com o resultado a ditar a magra vitória, e eu subi de novo até aos aposentos feliz pela escapada e alargada observação… entretanto, resolvi fazer nova investida pelos mares cibernauticos, para acompanhar, em ambiente mais reservado, a segunda parte do jogo…
Foi um Computador, de nome Magalhães, que me havia de valer, nestas águas atribuladas, e já como navegador experiente, segui sem quaisquer interferência a rota da beira mar…
Então, até me dei ao luxo de contornar cabos e ligar o televisor, com imagens quase perfeitas, duma viagem sem tormentos, com direito a um final feliz…
Claro que podia haver um vento traiçoeiro que desviasse a bola, pois o Benfica, apesar de trocar a bola com virtuosismo, em especial depois da entrada do Aimar e Gaitan, não conseguia esticar o jogo o suficiente para alcançar a vantagem fatal, mas foi com mar calmo que chegámos ao cais e assinalámos com um padrão, a destemida caminhada do destino...
Agora temos uma semana, para treinar com tranquilidade, mesmo que a metereologia nos empurre para um abrupto outono, para recuperar jogadores, preparar estratégias para mais dois jogos importantes no nosso Estádio da Luz…
Sábado, temos que entrar convictos e decididos em resolver depressa a partida contra o Olhanense, para manter a liderança com firmeza, e só depois começar a pensar no apuramento dos Campeões, com mais uma vitória sobre o Basileia…
Todos os jogadores solidários, de mãos unidas com o vibrante apoio do público, devemos estar confiantes e empenhados para cada jogo…
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