quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Estamos de volta à ribalta europeia!

Benfica 1:0 Otelul Galati

Depois da desolação da noite madeirense (deixamos cair a taça no caldeirão), prosseguiu decidido o Dezembro, esplendoroso no seu primeiro fim de semana, com o sol a desvendar os caminhos do Inverno...

Sábado preguiçoso e frio, enfrentado numa correria desenfreada pelo relvado da colina, seguido de jogo no do Monte de Caparica; mais tarde, comida e companhia quente antecedeu a doutrina cristã...
Ao abandono do sol fomos até à Luz para ver o basquete contra a Ovarense... um jogo renhido decidido por um cesto de diferença... o regresso foi noturno, pela ponte congestionada, ao ritmo das movimentações preparatórias do Natal, antes do regresso ao doce lar...

Domingo acordou com cara fosca, saida cinzenta que nos enleou na melancolia, visita aos antepassados distantes do quotidiano, dentro da habitação murada, gélida habitação antes da eternidade...

A semana trazia mais um novelo para desenlear, eram os dias que nos iriam dar a inspiração para fugir à rotina, sabendo que haveria um apeadeiro, uma benção divina, santidade da pátria abençoada...
O céu mostrava-se sempre com alguma cor azul, antes de se tingir de escuro e dar um ar mais sizudo ao tempo, afinal tinha que maquilhar o inverno, já que a chuva não ajudava, nem o frio dava sinais de chegar...

Mas 4-feira estremunhou mais gelada com a luz dourada do sol a beber o orvalho, o azulado a pintar a alma-da nossa vida, mesmo que às vezes nos baste um pouco céu...
Ao nascer da tarde, deparei na calçada com o fresco dos becos sombrios, às escondidas com o sol…

O Benfica jogava a liderança externa e (re)moralização interna, todos esperávamos um jogo de afirmação, para devolver a confiança e o ânimo, pelo menos para os próximos dois jogos do ano...
Lá fora uma bola quase cheia de branco no negrume da noite viajava connosco até casa, a constituição da equipa já aparecia no grade écran, quando atravessei o metro e depois o corredor em direção ao estádio da sala...

Não havia surpresas, era a equipa tipo, mas afinal quem são os titulares, quando temos um Saviola, conceituado, mesmo que menos exuberante, um Nolito que leva 5 golos e foi preponderante, que disputa o lugar com Bruno que agora tem chutado pouco, quando temos um Rodrigo que tão boa conta tem dado de si, comparado com o desajeitado e goleador Cardozo, etc...

O porta-bandeira continuava de fora, o guerreiro Maxi castigado, mas o Jardel está forte e o Amorim consistente, mesmo que não se sinta muito bem dentro na área defensiva...
Num jogo, ao mais alto nivel contra os leoes, o Jardel desempenhou o seu papel, contra o Marítimo já é considerado 2ª escolha, mesmo com o Luisão lesionado, enfim quando se não ganha, ou quando há outras intenções jornalísticas, existem sempre bodes expiatórios...

O jogo não podia começar melhor, num lance rápido, acelaramento puro, o Gaitan serve de bandeja o Cardozo, sem saber ler nem escrever, inaugurando o marcador, no dia 7, ao minuto 7 exato, o numero 7 estava no lugar certo para marcar o golo da vitória...
A familia reunida na cozinha apelava pela minha presença, mas deixei o estádio em pausa antes do abandono... E foi assim controlando a realidade que assisti ao desenrolar da primeira parte, com avanços para retomar o futuro...

O Benfica ia dominando, trocando a bola, mesmo que na maior parte do tempo de forma previsivel e sem grande creatividade, quase sempre era o Aimar pelo meio que tabelava ou tentava furar a espessa defesa adversária... O Witsel parece que tem íman nas botas e a bola nunca lhe foge, o Amorim também era dos mais interventivos e fulgurantes com o Gaitan a desgastar-se nessa missão complementar junto à linha

A primeira parte acabou quando os jogadores já estavam prestes a iniciar o 2 tempo, que pude acompanhar em direto...
O jogo continuou com o mesmo ritmo, pausado, cada vez menos impetuoso, os romenos cada vez mais acreditados que podiam alcançar outro desfecho, porque o Benfica não acelarava, não desiquilibrava, não forçava o 2 golo de forma imperativa... O Cardozo não acerta um passe, parecia mais um defesa, mas quando acertou no sentido correto, lá rematou muito perto do poste... O Bruno parece andar pouco inspirado, mas o Jesus desta vez tirou-o mais cedo dando  mais chances ao Nolito... O Aimar saiu por volta do minuto 70, mas rendido pelo Rodrigo, e o Saviola entrou ja na parte final...

Que saudades do Benfica compressor, que cilindrava, procura sempre mais um golo, era talvez menos maduro, mas agora o que ganha em segurança, perde em brio e exuberância, mas nós, eu, também queremos sempre mais... Afinal fomos dos 3 únicos clubes que não fomos derrotados na europa e estivemos uma serie de jogos invenciveis e sempre a marcar, estamos em primeiro, quando ja fomos aos campos mais dificeis fora de Lisboa (falta nova visita ao funchal), e jogámos já com os dois (3) rivais...

Por isso temos que estar unidos e ao lado da equipa para os ajudar a superar esta fase mais desgastante ao nivel psicologico, ganhar estes dois jogos de forma objetiva e pragmática (vou lá estar com o pequeno para dar o apoio contra o Rio Ave) para retemperar forças e rejuvenescimento mental para mais uma fase ganhadora e com uma atitude  mental mais forte, depois do nascimento do Salvador...

Domingo, voltamos ao oceano, onde deixámos a Taça a boiar, agora existe um Trofeu maior em disputa, a Liga e o orgulho ferido, que é imperativo reconquistar, depois virá jogo contra o Rio, por isso vistamos o fato de humildes operários desta seara do Senhor, preparemos o nascimento doutro Natal, anunciemos uma nova esperança para a humanidade...

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