sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ficámos à deriva no Atlântico...!

Marítimo 2:1 Benfica

Depois do Inferno da luz ter aceso a flama perdedora dos leões, veio o descanso familiar em territorio rural, Domingo de Advento, começo da preparação para a Vinda do menino Salvador...

Depois, a semana cercou-nos na bruma, ocultando a cidade no habitual itinerário miradouro… jornada encurtada pelo feriado, nos três derradeiros dias de Novembro, que o sol aproveitou para sair do cativeiro...

As últimas horas do mês esgotaram-se na viagem insondável por Lisboa, aos pontapés na bola, e regresso na penumbra ao confortante e luzidio abraço do Cristo que sempre nos espera à entrada da feitoria, desta vez, levava o pequeno por companhia...

A restauração da independência, antes da sua retirada das solenes comemorações, foi assinalada com uma pausada rebelião do sono, saída apressada ao comércio do Forum, onde se apinhava o povo, legados pelos revoltosos antepassados, somente à espera de gastar o tempo, trocando dinheiro por ilusões...

Ao segundo dia, saimos novamente para a rua, para cumprir a nossa humilde condição de assalariados e estudantes, já com a doçura de novo período de descanso pela frente... às portas desse cenário vislumbrava-se a pérola do Atlântico, majestosa e acolhedora, estendida pelas barreiras do funchal...

O Benfica ia defrontar uma das equipas da ilha, jogo com grau de dificuldade 3 - na escala nacional, se avaliarmos exclusivamente a classificação...
Ou seja, para termos acesso à desejada final, estas eliminatórias eram as mais exigentes, sem disprimor pelas restantes equipas…

É claro que a confiança abunda, mas num jogo a decidir, com um adversário moralizado, tudo podia acontecer… Jesus, queria conquistar este Troféu para o Benfica e para a sua carreira, fez apenas 5 alterações, colocando jogadores experientes e uma equipa muito competitiva para levar de vencido o opositor…

Eduardo rendia o Artur, Amorim substituia o Maxi, o Nolito entrava para o lugar do Bruno e o Saviola fazias as vezes do Aimar… O jogo começou da melhor maneira, com uma pressão alta, mercê da firmeza e ousadia que imperava na equipa, com o Gaitan e o Nolito a tentar surpreender pelas Alas com o apoio central do Saviola. O meio campo estava bem entregue ao Witsel, o Matic ia cumprindo a sua missão…

Num lance com algumas dúvidas, o Nolito arranca um penalti que o Saviola aproveitou para converter e chegar à vantagem, permitindo que se fizesse justiça no marcador ao mais que evidente domínio encarnado… Todavia, apesar das chances, de termos tudo a favor para ampliar o resultado, o Marítimo entrou na segunda parte mais afoito e pressionante no meio campo…

O Benfica, apesar de tudo foi mantendo firme a sua convicção, jogando o suficiente para atingir os intentos, mas num remate indefensável, do meio da rua, eis que o empate acabria por chegar, com os da casa numa fase ascendente e dar-lhes ainda mais ânimo para alcançar a vitória… No espaço de 10 minutos consumou-se a reviravolta, num lance rápido em que a defesa não foi lesta a impedir o remate em chapéu do jogador do Marítimo, que assim, de maneira admirável fez a reviravolta na eliminatória…

Ainda faltavam cerca de 20 minutos mas de repente, num jogo que estava controlado, sentimos que podia acontecer o descalabro, o espetro da primeira derrota, poderia por-nos fora duma competição, que tanto queríamos vencer…

Ainda entraram o Aimar e o Nelson, o Rodrigo andou um pouco sem chama, e ainda fizemos o bastante para conseguir o empate, em vários lances dentro da área, mas o relógio jogava a nosso favor, num ápice, no estádio vazio começou a ouvir-se um barulho infernal, o jogo começou a arrastar-se no embaraço do jogo passivo e estava escrito, nos céus da Madeira, o primeiro desaire da época, e que logo nos haveria de deixar afastados desta tradicional competição…

Foi um grande amargo de boca, para quem ainda não perdeu na Europa dos campeões, com qualificação já alcançada, ficar de fora da final do Jamor, dum Troféu que nos era tão caro; mas foi a fatura da falta de objetividade e concretização, do desacelaramentoexcesso de confiança, conjugados com o golo de uma carreira e a sorte procurada que atirou por terra as nossas pretensões…

4ª-feira, temos tudo para mitigar esta derrota, a motivação dum jogo europeu, diante do nosso público, com o incentivo de ficar em primeiro, invencíveis e imparáveis, jogando com entusiasmo e praticando bom futebol, na procura da alegria perdida e duma incontrolável aspiração…

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