sábado, 14 de janeiro de 2012

E venham mais quatro..., virou!

Benfica 4:1 V. Setúbal

Semana segunda, cheia lua, ano renovado que se abria finalmente à rotina, esticando a claridade, encolhendo a temperatura...

O tempo continuou d'ouro azul, vistas largas esbatiam o frio no límpido amanhecer, o carro levava-nos para as entranhas da cidade... na mansidão do almoço e auge do calor, emergia no Cristo-Rei, expiando o sufoco nas miragens douradas de Lisboa, com vistas atlânticas e encantadoras...

O meio da semana começou a trazer nebulosidades, instruidas pelo ar regelado a cercarem o sol, onze dias passados sem mostras de pluviosidade, mesmo com negativos graus no ar nordestino de trás-os-montes...

A noite cobria mais uma vez a gema familiar com as palhas do ninho, enquanto lá fora adormeciam os caminhos, mas antes do âmago dos lençois ainda voltei às ruas para atravessar a ponte do comodismo, construir pontes de saude para o ser, numa hora de futebol...

E o final da semana foi escurecendo o céu, trazendo discórdia à frenética monotonia, ou dando razão ao 13 da infortuna, consoante a importância atribuida...

O sábado chegou já cansado e distante, madrugador e cinzento, por entre chuteiras e cestos, correria entre a relva e o pavilhão, com o nevoeiro a toldar o alto da colina. Depois da doutrina católica, como que aproveitando os fogosos raios de sol, deslizámos até ao campo, ao reduto da família, onde nos esperavam pedaladas de liberdade em mangas de camisa…

Quando o fogo começou a enfraquecer, por entre os telhados rasos da vizinhança, cumprimentos apressados para iniciar trajetória de colisão com a cidade… antes que o Benfica não tivesse na tv do lar a minha companhia…

De manhã, quando tinha passado pelo expositor de jornais, tinha ficado a saber da ausência do Garay e Aimar, da disponibilidade do Gaitan. Assim era o Jardel que fazia de torre com o seu compatriota, com o Matic por companhia no eixo defensivo, face à vaga deixada pelo Javi . 
Na frente o Rodrigo está a ganhar cada vez mais solidez e força no apoio ao ataque, ajustando-se ao Cardozo, os extremos mantinham-se os frenéticos Nolito e o Bruno César, mais tarde havia de entrar o inquieto e já conceituado Gaitan. No centro do terreno, com um raio de acção amplo, entrava mais uma vez em orbita o Witsel, com um sentido posicional excelente e uma classe fenomenal…

Mas antes que toda esta harmonia funcionasse, antes que o público presente se emocionasse, entrasse em euforia com a onda, se empolgasse com as trocas de bola, as arrancadas do Rodrigo, a objetividade do Cardozo, as jogadas mirabolantes do Nolito, o acerto do Emerson, antes que gritasse outras vez quatro golos, ainda foi o Setúbal que começou a festejar, com um golo aos 5 minutos, a meias com o Luisão; ainda gelámos com o remate chapéu do Neca ao poste, ainda ficámos de boca aberta com algumas desconcentrações do Jardel e do Matic, mas tudo isso já foi numa fase avançada, em que a vitória já estava traçada e o Vitória de cabeça perdida…

Tal como no ultimo jogo da Luz, contra riscas verdes, os forasteiros tinham marcado primeiro, e chegámos ao intervalo com o mesmo resultado, com alguns dos mesmos protagonistas, uma assistência convidativa para o golo do Nolito, e o Cardozo a faturar com o seu remate fulminante. Apenas o Saviola ainda estava de fora, por isso foi o Cardozo a bisar, numa jogada em que se notou estar mais confiante, num golo em geito, depois dum lance genial do Rodrigo… 
Mas a sua confiança a subir em flecha teve um forte revés, não só não aproveitou o ensejo de fazer um hat-tric como ainda forçou a expulsão, numa simulação e desentendimentos escusados…

Mas a sorte de uns só pode acontecer com a contrariedade dos outros e é mais uma possibilidade que surje para reabilitar o Saviola ou regressar o Aimar, continuar o Rodrigo a jogar, manter a posição de Nolito, enfim, só jogando em conjunto é que se podem afinar estratégias coletivas, apurar uma consistente e eficaz forma de jogo…

O Setúbal, apesar dos rombos, ainda continuou a dar luta, acreditando no "bonfim", subiu no terreno, mesmo que com mais uma unidade, com vista a alcançar outro golo, mas o Benfica, foi pouco expedito e incisivo, para aproveitar o espaço deixado, dilatando ainda mais o resultado, e o muito que o Rodrigo o tinha merecido, para ter saído com uma maior aclamação…  

Enfim, foi mais uma vitória expressiva, com chapa 4, o publico e os adeptos em geral ficaram satisfeitos, a rodagem dos elementos do plantel está a dar os seus frutos, quem joga tem feito por sobressair, a equipa está a trabalhar bem em todos os desafios, como o Jesus disse, agora é preciso redobrado empenho, não se pode desmobilizar nem facilitar para atingir todos os objetivos...!   

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