sábado, 28 de janeiro de 2012

Na feira, Santa Maria acudiu à aflição!

Feirense 1:2 Benfica


No alvorever seguinte ao voo para o mais alto poleiro, ouvimos a cantoria duma nova semana alagada na bruma da rua... de tal modo tivemos que ir tateando até às estações da rotina...

Mas a penumbra não alongou o anonimato das gentes nem dos lugares por muito tempo, pois o sol da tarde veio obstinado a invadir a privacidade...  

Focos acesos que foram continuando ligados ao longo da semana, apenas a negra lua ajudava a escurecer a sombridão do entardecer e do oculto luar...
Ocasos que foram trazendo um esguio sorriso gizado na lousa celestial... os treinos de basquet, e a meio o passeio nocturno para os lados de Sintra para jogar futebol...

No extremo mediterrânico da peninsula, os portugueses madrilistas mediam forças com o colosso catalão e o mister Mourinho quase engendrava um golpe de teatro em pleno Camp Nou... disputa que esteve também presente na aguerrida partida de futsal antes do lento embalar do firmamento...

5ª-feira voltou a embrulhar-se na espessa nebulosidade das ruas brancas, era dia de corta-mato, escola e trabalho, dum quotidiano que a tarde tentou retocar, livrando-se da farrusca, valendo-se da poucas gotas que cairam para uma limpeza mais a fundo e rega das plantas e pouco mais...

Mas o final da semana voltou com todo o esplendor, o sol contagiando o espaço e o tempo fazendo enrugar a face, pena é que a jovialidade vá fugindo em deterimento das preocupações, mas a luminosidade estava ali para alegrar o maior dos conformados...

Nos media desportivos, a tinta vermelha dos jornais, escrevia sobre os 7 magnificos e a espinha dorsal, na televisão era o septuagenário Eusébio a falar do seu grande amor, o Mourinho que ganhava moral e mais um ano de vida, na radio ouviam-se já os ecos da Feira, com a cidade engalanada para receber o glorioso, numa grande festa de futebol, em honra de Santa Maria...

O encanto de 6ª à tarde foi subindo na escuridão, o mundo foi girando, a estima foi reciclando as contrariedades da vida, pondo-a à tona do sufoco... noite de basquete já sob os auspicios da lua, foice, colada aos últimos serões de Janeiro...

Sábado despontou do frio com as anuais contabilidades prediais sobre a mesa, a bola no relvado e acabou com a visita a Setúbal, já pelo anoitecer, para um jogo de basquetebol...
Muitos quilometros e emoções, regresso apressado pela auto-estrada para os camarotes do pequeno estadio caseiro...

Pela passagem do minuto 15, quis ouvir as primeiras impressões, altura em que os visitados amandavam um bola à trave, e um pouco antes da meia hora eis as primeiras imagens, já comigo absorto na beira da poltrona em frente da televisão...

O encarnado vivo tentava libertar-se do colete de forças e do reduzido espaço de manobra, muitos adeptos ansiavam por essa libertação..., ver o Benfica seguir até ao titulo prometido, atravessando o azul feirense...
A findar a primeira parte o Rodrigo esteve em boa condição para fulminar as redes, mas os golos só haveriam de surgir no reatamento…

A equipa estava armada com o Witsel sobre a direita, o Bruno no lado paralelo, o Aimar no eixo central e a restante comitiva defensiva e os dois artilheiros de serviço...
Os visitados estavam velozes e confiantes com o arrastamento do nulo e poucos minutos depois do intervalo, através dum canto, acabaram por chegar à vantagem num cabeceamento do defesa Varela....

Mais uma vez tivemos que correr atrás do prejuizo, mas com a ajuda do carrrasco, que tinha acabado de nos fuzilar, alvejou a sua propria baliza com mesma arma da cabeça, e a partida voltou ao empate, com muitos minutos ainda por jogar...
O Benfica começou então a apertar o cerco em busca da desejada vitória, o futebol começou a assentar, os jogadores a agigantaram-se perante essa real possibilidade...

Entraram Nolito e Gaitan, extremos de luxo, para renderem Bruno e Aimar, o Witsel passou para o centro das atenções, a malha ainda apertou mais com a velocidade imprimida sobre as linhas, e veio ao de cima a raça e o querer do Maxi e do Rodrigo que deixaram a pele em campo, tornando-se dois dos grandes responsaveis pela reviravolta encetada, através do pontapé fulminante da marca de grande penalidade… Lance que culminou uma jogada insistência do Rodriguinho, dentro da área, onde tinha acabado de cair aos pés do vilão Varela…

Até ao final, ainda faltava algum tempo, fora os minutos extras que o árbitro quis dar, e a magra vitória não deixava descansar, mas o Benfica cerrou fileiras, o Nolito alugou o lado direito, o Gaitan explodia na direção da baliza, o Witsel varria o meio campo e foram muitas as oportunidades flagrantes em que o golo assentava que nem uma cereja no cimo das vistosas jogadas…

No final ainda entrou o Matic para defender a vitória, três preciosos pontos que nos vão manter isolados do pelotão, com mais um esticão para defender a camisola vermelha, a posição de lídere da classificação geral... e os aplausos da chegada à meta foram vibrantes, depois dum empolgante sprint, com toda a gente satisfeita, gratidão à Santa Maria, padroeira das festas daquela cidade…

Os próximos jogos são com as equipas insulares, no nosso Estádio, já no próximo fim de semana com a partida decisiva do apuramento da Taça da Liga, diante do Marítimo e uma semana mais tarde, antes da ida à Russia, a recepção ao Nacional no reatamento da Liga… força Benfica! 

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