domingo, 5 de fevereiro de 2012

Porto à vista... âncora da primeira final!

Benfica 3:0 Marítimo

Depois da ida à Feira, das graças de Santa Maria, da energia do serão, a luminosa manhã dominical exaltava as bençãos duma nova semana... com bateria ligada ainda à corrente do amor caseiro, antes da desenfreada correria dos outros dias...

Foi um sol tímido mas confortante que veio aquecer a cidade e nos ajudou a erguer do casulo da madrugada para enfrentar o frio dos ultimos dias de Janeiro...

4ª-feira vinha embrulhada em nuvens, encomenda de aguaceiros que o novo mês fez chegar à margem sul pela noite, seguia eu já na calçada a caminho do lar, antes do prolongado serão, de novo na rua... mas quando atravessei o rio grande com a obsessão da bola, o céu começou a abrir as portas às estrelas, a ajeitar-se novamente para o frio, deitando-se sob os cobertores nebulosos e a meia lua acesa sobre a cabeceira...

A manhã acordou regelada, rendida à propaganda do frio glaciar, mas o sol pálido afuguentou as névoas e devolveu o azul à cidade até que a noite acentuasse de novo as agruras do gelo polar... e assim continuou pelo dia de 6ª-feira...

O Sábado amanheceu ainda congelado, mas o futebol obrigava a entrar no frigorífico da rua, eu tentava aquecer na incubadora da bancada exposta ao sol, e o miudo nas entusiásticas jogadas sobre a relva... uma ampla paisagem, misturada das friuras de Fevereiro, embatia no rosto, viam-se os barcos a cruzar o Tejo, a silhueta da Arrábida confinada na fortaleza de Palmela... mas só acabámos de descongelar na estufa do carrro e com a quentura da comida sobre a mesa, concerteza...

A tarde foi mais aconchegada, dentro do pavilhão, o jogo de basquete foi competitivo e contou com uma assistência calorosa, mesmo que não o bastante para evitar a derrota, afinal menos importante que o resultado da formação e da fervorosa afeição... e a noite abençoada pela avó, foi tecendo mantas de amor e carinho no íntimo do serão…

O Fevereiro deu ao Domingo a paz de Cristo, prolongou o sono, subiu a temperatura e espalhou a doçura pela família… antes que a noite chegasse para fundir o destino doutra semana, assistimos a um excelente filme de cowbois, e já com a negrura acendeu-se um brilho vermelho no meio da Luz...

Depois do minuto silencioso, da galeria de imagens, o Benfica com uma equipa competitiva, 2 portugueses no onze, um a evitar e outro a tentar marcar os golos, 3 espanhois, um no eixo defensivo e 2 na linha esquerda e mais 6 sul-americanos..

O jogo começou vivo, o Maritimo não podia espreitar as oportunidades ou esperar pela melhor ocasião, se quisesse continuar na Taça tinha que chegar ao golo, nem sequer era suficiente empatar... e foi isso que aconteceu, só que depois duma arrancada do Sami, à qual o Eduardo se arrojou, foi a vez do N. Oliveira fazer o seu trabalho, com uma desmarcação alucinante e um pontape forte do meio da área a fuzilar o marcador…

Os do funchal continuaram com ritmo alto, acelarando sempre que possível, trocando a bola, e o Benfica tinha mais espaço para furar a defesa, mesmo que não houvesse maneira de furar o Salin, e a bola, bem tratada, de parte a parte, estava indecisa em que baliza entrar...

A segunda parte chegou num apice, a posse de bola dividida, o resultado em aberto, mas o Benfica vinha um pouco mais determinado, o Gaitan já mais entrosado, o Nelson decidido a fazer o segundo, e o Marítimo sem se deixar abater…  o Saviola foi demasiado perdulário, o Nelson não conseguia encontrar a trajetória certa, e foi mesmo o Rodrigo, outro puto maravilha do Rio, que viria a faturar mais dois golos...
O primeiro num primor de jogada, com o Nelson a dar atrasado para o Gaitan e este para o meio vazio, à entrada da pequena área, para um remate na passada, e o segundo, depois duma insistência sobre o guarda-redes, no limite da grande área, sobre a esquerda, a virar-se e a atirar para a baliza deserta…

Ainda entrou o Cardozo, mas os minutos eram escassos para alcançar o golo pretendido, mesmo que não tivessem faltado ocasiões, pelo menos numa jogada em que o Nolito isolado poderia ter assistido o seu companheiro… o jogo ficou igualmente marcado pela estreia do Djaló, que ainda está muito pouco rotinado, mas não faltou carinho para o seu afinco prometedor...

Apesar de terem jogado com menos um jogador, grande parte do segundo tempo, os forasteiros foram uns dignos vencidos, correram bastante e esforçaram-se por honrar a sua posição de 5 melhor equipa nacional…  agora a meia-final, ainda está à distância duma estação, no pujante dia do florir duma nova primavera, diante do velho rival...

Até lá ainda temos muitos confrontos para conquistar, já no próximo Sábado contra o Nacional, para cimentar a posição e a distância pontual, com todo o afinco, antes da primeira batalha, no frio, por um lugar ao sol no sonho europeu…

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