A amarga derrota infligida, qual partida na noite de Carnaval, foi mitigada pela jovial comemoração...
Do sarcófago do sono, voltei à realidade dum país envolto em fantasia, uma mordaz sátira social, alegria popular extravasada na brincadeira, alegorias dum Portugal empobrecido, visitado pelos senhores muitoseuros...
Afinal, o dia de trabalho foi só para uma minoria, e cá para nós, o que importa não é a quantidade de horas de trabalho é a qualidade e a motivação... quanto a mim, reservei o palanque de casa para: Tpc's, filmes e futebol (do frio moscovita à camorra napolitana), e o entrudo só deixou cair a mascara a horas tardias...
4ª-feira de cinzas, iniciava outro ciclo de 40 dias, orientado para a preparação pascal, manhãzinha cedo, ainda as serpentinas forravam o chão, aderimos à penitência do trabalho, para cumprir metade da jornada... Coube-me a mim ficar com o turno da tarde, por forma a assegurar o retiro caseiro dos miudos, no ultimo dia de férias escolares...
Noite dentro segui a balada da estrada de Sintra para ir jogar mais uma partida de futebol, puxar pelo canastro, antes do nascer da madrugada...
Com o alvor de 5ª-feira, escancararam-se novamente os portões das escolas, partida para outras caminhadas pela calçada, intervaladas com viagens de carruagem até à meta do trabalho...
E outro final da semana chegou, nas asas do hemisfério sul, para se despedir de Fevereiro, já com sol primaveril a promover a quimera...
E veio o Sábado ribeirinho, no pavilhão das bandas do Barreiro, prática de basquetebol duma geração em são crescimento... enquanto no relvado panorâmico, se observava a fadiga do futebol e espreitavam as margens do Tejo...
A tarde começou pela oração, seguiu os trilhos dum circuito pedestre pelo parque natural, contornamos as tendas e as caravanas do Circo montadas na cidade e viemos que nem flechas para o alvo do lar...
A noite era à volta do Mondego, na capital distrital, centro nevrálgico da liderança da liga nacional...
Fui para o eixo da sala, ansioso que pudessem voltar os golos, pois só assim poderíamos ganhar... mas o fulgor já não era o mesmo, a confiança sofreu um safanão, depois dum raspão no iceberg, uma batalha perdida no Minho, continuamos a descer de ritmo, à espera de chegar ao ninho, para sentir novamente o calor humano, reparar a estima, carregar alento e entusiasmo para voltar às vitórias nos próximos 2 jogos...
A partida começou cautelosa, a Académica demasiada defensiva, tática ecomendada ao capanga treinador, pois tudo o que fosse não perder já parecia agradar ao sisudo mister...
Jogava o Bruno no lugar do Nolito, mas as alas estavam cerradas, só mesmo o Maxi, com chaves mestras, atravessava portas e levava a bola com perigo à area contrária... O Gaitan parecia o homem invisível, sem nenhuma das suas arrancadas, o Cardozo cumpriu mais 90 minutos de jejum, sem côdea merecer e é o Aimar que tenta reanimar a equipa, com o Witsel sempre em bom plano na arte de ocupar o espaço e segurar a bola nos pés, a tirar a equipa do marasmo, libertar as amarras da apatia... a defesa também não compromete, com o Garay sempre em grande concentração, cotando-se como um ex-libris defensivo...
Se o Emerson fizese metade do que faz o Maxi, se o Gaitan não oscilasse tanto de forma, se o Cardozo soubesse jogar com os pés, se o Yanique tivesse mais preparo físico, se o Nelson tivesse tido mais sorte, se os Estudantes briosos não se aplicassem com tanta ventura, e não tivessem feito tão bem o trabalho de casa, podia ser que a bola tivesse entrado, como merecíamos, ao menos uma vez...
Assim, depois de três horas sem marcar, mais um empate passado, só nos resta aguardar pela companhia do rival, para mais um duelo escaldante, numa luta ombro a ombro pela liderança da tabela...
Ainda continuamos a depender de nós, temos o factor casa a nosso favor para conseguir ganhar o mérito da primeira posição e manter a ambição na conquista dos vários troféus, quem sabe, como esperamos, voltar a Coimbra...
Este mês curto e duro, não deixou muitas saudades, que o Março, das decisões e da pujante natureza floresça rapidamente com o esplendor da glória benfiquista, depois da festa de mais um aniversário, 108 anos que queremos sejam mais um ano marcado pela alegria das vitórias… Parabéns e Força Benfica!
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