segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Lutar e cair exausto aos pés do vitória!

Guimarães 1:0 Benfica

Depois do resultado gélido, em territorio báltico regressámos à pacatez do Atlantico ocidental, onde se preparava já a (des)colorida tradição carnavalesca... logo a seguir ao futebol gélido da Russia percorri o serão de Lisboa para participar da minha liga de futebol...

Até ao reencontro com os homens do gelo, para lhes impor o nosso temperamento latino-ocidental, ainda há um longo caminho a desbravar, duas capitais a visitar, a da cultura (berço lusíado), e a do ensino e doutores, e a recepção apoteotica ao rival com vista ao seu destrono...

5ª-feira, foi a vez do filho maiorca requesitar os serviços domiciliarios da matriarca, quarentena dum dia para revigorar a quebra física, enquanto lá fora os infantes do jardim seguiam animados na direcão do centro da cidade para o corso da fantasia...

Com as nossas crianças há muito arredadas da praça do desfile, ficamo-nos pelos arrabaldes do trabalho, longe da ribalta, à espera que a noite recolha as imagens do casario refletidas no vidro da janela...
Então, o final da semana vestiu-se de entrudo e trouxe consigo o mundo maravilhoso das crianças, com mil figuras encantadas, enfeites e alegria que não faltaram na escola...

No sábado, o futebol veio testar a robustez do gaiato, seguido da apoteótica festa de anos do primo mais velho, enquanto o sol ia teimando em colorir paisagens no horizonte e otimismo no rosto da humanidade...
O churrasco foi estreitando o convívio, trazendo a intimidade da noite e o fim-de-semana foi engordando de emoção... os recrutas continuaram a sua fase de rescaldo, até que o domingo nasceu, manhã alta, pouco antes da Eucaristia, transmitida no alto da serra provinciano pela televisão e do almoço panorâmico...
A tarde soalheira ainda nos levou ao interior da peninsula, mas voltámos depressa para a exploração caseira em busca do valioso filão da família...

A 2ª-feira apareceu descarada, disfarçando a timidez, os rapazes fintaram a escola, mas o trabalho era coisa que não podia faltar à nossa pequenez…  restava-nos exaltar a alma com o aniversário da minha mãe, pela saúde que vai desbravando os oitenta longos invernos… a noite juntou o humilde clã na távola redonda, alegria pela celebração festiva em frente das imagens brilhantes que chegavam de Guimarães

O Benfica alinhava de vermelho, para mais uma batalha, visando a conquista da guerra do título, mas os opositores estavam moralizados para não se deixarem dominar… logo do início viu-se um Benfica motivado, a tentar invadir a área contrária, com argumentos mais que suficientes para atingir os seus propósitos, mas a muralha defensiva não havia maneira de desmoronar…

Os vimaranenses ia permanecendo firmes, tentando contra-atacar, e o Benfica com o passar do tempo ia precipitando o desenvolvimento das suas investidas, não circulava a bola o suficiente, o adversário também não permitia muito espaço, cerrava o seu ultimo reduto, e não surgia uma jogada inspiradora nem um remate fulminante que destruísse aquele acerto…

Já a findar da primeira parte, na sequência dum livre junto à linha de fundo, perto da bandeira de canto (que poderia muito bem ter sido um corte do Aimar) o Guimarães ia mesmo adiantar-se, um centro longo ao segundo poste, a bola percorreu a pequena área e num remate à meia volta, por entre um emaranhado de pernas, eis o golo do(a) Vitória…

A segunda parte logo mostrou um Guimarães mais confiante e solto, numa postura que o favorecia, esperando pelo Benfica, que tinha que ir ao encontro da igualdade, para procurar alargar o resultado… o árbitro começou então a mostrar cartões amarelos de forma avulsa, o jogo ia arrastando-se para o fim, os da casa entregavam-se afincadamente para segurar a vantagem, o Benfica lutava o que podia para furar a defesa e violar as redes, minimizar o prejuízo, contrariar a derrota… chegando mesmo a empolgar os adeptos e nós, à distância, com a esperança do golo...

Saiu o Matic, entrou o Witsel, o meio campo ganhou em segurança e posse de bola, o Aimar que aguentou o jogo inteiro bem tentou carregar a equipa ao ombros, dar o máximo pelas pretensões encarnadas, o Rodrigo, o Nolito, o Gaitan e o próprio Maxi mostraram uma grande ambição e foram aplicados no esforço, mas a bola teimava em não entrar na baliza, o timoneiro Cardozo era o exemplo da falta de alento, ou talvez vítima da estratégia perfilada e posta a render por parte do Guimarães

Gostei muito do Witsel à frente da defesa, parece-me que a equipa fica muito mais consistente, à falta do Javi,  com a sua prestação, enquanto o Aimar aguentar jogar mais à frente, o Rodrigo não teve espaço para se mostrar influente e o Cardozo teve completamente ausente, o quarteto defensivo teve combativo e não complicou, enfim foi um jogo de luta, ao exemplo da batalha afonsina, mas que o Benfica não logrou vencer, mercê do terreno hostil e da madrasta sorte que não nos quis acompanhar…

Mas como o banquete era de festa, nem a derrota me fez esmorecer, quando chegou o cântico de parabéns, afinal, as palavras sábias da matriarca foram um exclente lenitivo para a minha mágoa: "ainda continuamos à frente…", apenas perdemos um jogo, temos que nos levantar para continuar com firmeza a nossa caminhada…

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