domingo, 11 de março de 2012

Benfica, o candidato sem medo...!

Paços Ferreira 1:2 Benfica

Depois do degelo polar nas brasas infernais da Luz, sonho duma nação que rejubilou pela glória europeia do Benfica...

... A temperatura ainda aumentou, em centígrados e alegria, com 4ª-feira a ecoar pela natureza o grito da primavera...

A ambição e a expetativa de vida vão resistindo ao desgaste vagaroso, vamos perseguindo a rotina e renegociando a felicidade... O governo e a oposição, degladeiam-se na A.R, verborreia habitual em temáticas diversas, sempre com a arte de falar, mas, passo-a-passo, vamos seguros ou por incertos caminhos...

A noite levou-me para o largo do comodismo (ainda espreitei o Barça a enxovalhar o B.L,  até 6 sem resposta - acabaria 7-1), e fui para a linha da frente desportiva, produzir futebol e mentalidade... No regresso, Cristo mantinha a vigília, sobranceiro ao rio, mas já sem a luminosidade da madrugada... apenas a Lua me esperava à porta, por entre os prédios, redonda e luzente...

5ª-feira ainda o lume se aguçou mais, com importância ou não das explosões solares a milhões de km, ou das mulheres, estrelas na terra, num dia abrasador, com o amor dedicado e florido dos seus homens...

O fim de semana chegou tépido e envolvente, os plátanos brotavam, a mecânica auto deu mostras de fraqueza, depois de tantas viagens, imprevistos que nos obscurecem o quotidiano mas que, na verdade, aos olhos de Deus, não passam de males menores...
6ª-feira trouxe o silêncio e o conforto no descanso da noite, semana da Caritas, pelos peregrinos irmãos, dados à família e à fraternidade, e veio o 7° dia...

Sábado, entrei pela oficina adentro, diagnóstico reservado, mas saí do episódio de urgência, sem grande prejuizo na cura da enfermidade... A tarde trouxe mais uma lição de religião, o mais velho recebeu o sacramento da reconciliação ou confissão, preparo espiritual para a solenidade pascal...

E a noite trouxe o aconchego familiar, mais uma lição académica (para os fantasmas das faixas), com a fábrica de sonhos, aliada ao mundo, em plena produção na quietude do lar...

O 8° dia amanheceu caritativo, dádiva de sangue da mulher valente, a eucaristia alusiva à ocasião era televisionada, desta comunidade paroquial... Na frescura matinal ainda fui ao arvoredo do parque para um encontro com a natureza, íntima da pequenada e da atividade física, antes do banquete divino e do recolhimento tranquilo da tarde, que nos devolvia o dia do pijama…

Bem dentro do pijama, amarrado com o cachecol, nas entranhas do quarto, o entardecer de Paços de Ferreira deslumbrava no campo raso e curto, tingido de encarnado com uma falange substancial, no silêncio restava eu e o minorca, de alma unida e sofredora…

A ausência do Emerson promovia o Capedevilla a titular, fazendo a ala esquerda com o seu compatriota Nolito. O Maxi fazia o seu corredor com o Bruno, a dupla de torres centrais era brasileira, bem como o rei guardião, na frente o Javi gladiador e o Witsel mestre da colmeia, o Cardozo voltava a fazer dupla com Saviola.

O Benfica começou a trocar a bola, o Paços seguindo a tática habitual, recolhido no seu meio campo, povoando o terreno defensivo, espreitando as investidas velozes pelas extremidades… A falta de ritmo foi notória no Saviola - ainda teve o golo nos pés, o Bruno e o Nolito nunca tiveram espaço nem muita creatividade, nem as segundas ajudas se mostraram muito inspirados, valeu a experiência do Capedevilla em vários lances, evidenciando todo o seu valor e traquejo, apesar dos poucos minutos jogados…

Com a equipa muito subida, os centrais quase no meio campo, era necessário que a bola entrasse no miolo, que os jogadores se entendessem, que as jogadas resultassem em golo, que se desmoronasse o esquema Pacense, que o golo trouxesse ainda mais firmeza e confiança…

Mas num ataque rápido do Melgarejo a bola aparece cruzada para a área e num ressalto a bola aparece à frente da baliza sem que alguém se intrometesse ao remate certeiro, já o relógio se apressava para o ultimo terço da primeira parte… Nesse quarto de hora, o Benfica continuou com o seu futebol denunciado, as ocasiões pouco esclarecidas, mesmo que o árbitro invertesse um albarroamento do Bruno na área, eram os da casa que cada vez mais se soltavam com o nosso adiantamento…

E o início da segunda parte acentuou ainda mais o triste semblante, pertencendo aos Pacenses as melhores oportunidades, em rápidos lances de ataque, valeu o grande Artur (até o Chéu lhe deu um grande abraço no final) e foi nele que, realmente, começou a reviravolta no resultado perdedor…

O Benfica ficou um pouco atarantado com a velocidade imprimida, o meio campo não conseguiu segurar a bola e o ímpeto adversário, até que se começou a sentir a troca dos jogadores, efetuada ao intervalo, ficando nas cabines Nolito e Saviola, com o Gaitan e o Nelson Oliveira a entrarem para os seus lugares

O Gaitan começou a driblar pela esquerda, a retaguarda permitiu-lhe alguma veleidade, o Bruno surgia pela direita, mas foi o Nelson um dos jogadores mais decisivos, com as suas arrancadas firmes e velozes, num centro atrasado, com a entrada derrompante do Gaitan a rematar junto do poste mais longe do Cassio…

Minutos depois, já com o entusiasmo ruidor dos adeptos atrás da baliza e incitar à vitória, eis um livre, junto da área com o pé esquerdo do “chuta-chuta”, que nem por isso tem feito muito jus ao nome, desta feita a “chutar-em-jeito”, por cima da barreira, para um golo fantástico, a lembrar o saudozo Simão…

Daí até ao final, a alegria a plenos pulmões, veio a retoma da confiança, com as arrancadas do Nelson, do Bruno e do Gaitan, com o Witsel a aparecer nas sobras, o Cardozo a fazer figura presente, e o tempo foi escasseando…

Estranhamente, o Paços remetia-se ao mesmo estratagema, ficava à espera da subida do Benfica, mas nós já somos muito sabidos e rodados, já não nos deixamos levar outra vez no engodo, atacávamos pela certa, e a dada altura, com as expulsões, ainda com mais espaço para esconder a bola, atacámos ainda com mais perigo, o jogo foi ficando definido, a vitória ficando a uma curta distância…

O Maxi vai cumprir castigo na Luz (também merece repouso), e voltar em força para a reta final, e o Aimar também precisa voltar e o Garay; o Rodrigo tem que fazer a sua gestão com o Nelson, pessoalmente não me importava nada de os ver jogar aos dois, fazer a gestão a três, apesar do Cardozo ser já uma referência de peso na frente…

6ª-feira temos o Beira-Mar em nossa casa, para voltar às boas exibições e aos resultados mais conseguidos e menos sofredores, mas a exigência nunca pode ser um acessório, só depois do fato-macaco é que nos podemos dar ao luxo do fato de gala, temos que fazer de cada jogo uma final…

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