Benfica 0:1 Chelsea
Depois da investida algarvia ter esbarrado no rigor defensivo ou inócuo poder ofensivo... regressámos à capital já com as baterias apontadas ao Chelsea, confiados que o sonho retocasse a moral...
Mas o sono não bebeu todas as lágrimas, Sábado acordou com chuva, o Cristo das alturas, mirava o rio largo que banhava Lisboa, enquanto o menino jogava à bola nas suas costas...
A tarde foi de deserto espiritual, fomos até à igreja para ajudar Jesus a percorrer a Via sacra, a nossa própria caminhada interior em busca de paz e da santidade...
Já o entardecer se avizinhava quando fomos no encalce da Luz, assistir ao jogo de Andebol. O Benfica entrou forte, visando a redução diferencial, mas o Celje foi estabelizando e o equilibrio durou até ao fim, acabámos por vencer num livre no ultimo segundo...
A noite rasgou a madrugada, adiantou os relógios do tempo e apressou um novo amanhecer... tímido e nubelado para dar tempo à preguiça de se adaptar ao novo horário...
O Domingo foi então subindo os graus e a exuberância primaveril, enquanto levámos o catraio até à baia do Seixal, para participar num mini-torneio de futebol...
E outra semana chegou, para se despedir de Março, as férias dos miudos colaram-se às do trabalho, por um dia caseiro, e foi a Terça-feira que fez as honras do trabalho, em mais uma jornada de labuta dos pais, pois que as crianças foram em visita de estudo ao Aqueduto, com introsão pelo bosque de Monsanto, e ao Museu do Mar, lá para os lados de Cascais…
E a noite chegava tardia e abrasadora, o retorno a casa antevia já o embate da Catedral, o excitante jogo dos quartos de final, onde o pequeno Benfica media forças com um gigante da europa, ao nível económico, se analisarmos a mão de obra das suas fileiras…
E que saudade do Ramires, da sua entrega, da exuberância do David, mais apurado, mas o Benfica também não se ficava atrás, em técnica e querer, com o Aimar sempre simples e mágico, o Witsel com a bola colada aos pés, o Maxi que corre até à exaustão, o Gaitan com os seus slalons alucinantes e assistências primorosas…
O estádio estava repleto de apoio, bancadas tingidas de vermelho, apenas no fim se deu conta duma mancha azul que festejava com alegria o resultado final… era mais um jogo empolgante, que tinha tudo para correr bem… claro que não podíamos entrar como se não houvesse mais nenhum jogo, o Chelsea era experiente, circulava a bola cá atrás, sempre subidos no terreno, o Benfica ia tentando através da profundidade do Aimar ou das investidas do Bruno pela esquerda ou do Maxi pela direita a par do Gaitan…
O Emerson ia correndo atrás do Ramires, mais tarde teve mais o apoio do Gaitan que, em conjunto, foram conseguindo suster o adversário e esboçando algumas jogadas de ataque, enquanto o Bruno do outro lado, deambulava para dentro e usava o seu pé esquerdo para chutar… antes, ainda sobre a esquerda, tinha desmarcado o Cardozo na área que à meia volta ia conseguindo alvejar a baliza…
O Chelsea nunca criou muito perigo, apesar da rapidez na saída da bola e dos bons executantes, tanto a jogar como a recuperar, com o Meireles no miolo sempre no sítio certo, o Mikel sem se dar por ele mas presente, e a dupla de centrais sempre coesa e acertada…
O segundo tempo trouxe momentaneamente um Benfica mais fulgorante na procura do golo, mas nem o Jardel, isolado na cara do guarda-redes, nem dois braços ostensivos, nas barbas do árbitro de baliza, nem um atraso duvidoso, nem o Remate do Cardozo, as bolas parace que iam todas direitas paras as mãos do Cech…
A água mole bateu, bateu, mas não furou, e foi numa saida rápida de bola, depois duma tabela mal feita do Rodrigo, que tinha rendido o Aimar, com o Emerson, o Ramires fez outra arrancada pela direita, o Torres continuou junto à linha, o Jardel foi à queima e ficou por terra e à entrada da área, nas imediações da baliza foi só encontrar o pé do Kalou para encostar para o fundo da baliza, em cima do último quarto de hora…
Ainda tentámos alcançar o empate mas a cerrada e experimentada muralha londrina não permitiu grandes veleidades, apenas o Gaitan tentava levar a bola pela esquerda, o Rodrigo estava muito perro pelo meio, o Nolito também era anão perante o poderio contrário, mas ainda tentou um remate dentro da área, mas as bolas não chegavam com perigo à baliza, ou saíam altas ou para as mãos adversárias, para desespero e tristeza dos milhares de benfiquistas que assistiam pela RTP…
Foi um jogo dividido, em oportunidades e posse de bola, o Benfica até foi ligeiramente superior, mais balanceado no ataque, o Chelsea valeu-se do seu estatuto coletivo empreendedor para anular o nosso futebol, pelo que o desaire registado acabou por saber ao amargo da derrota…
Em Londres, temos condições para discutir o jogo, sabendo que apenas uma vitória nos interessa, com astúcia, rigor tático e querer, valendo-nos do aspeto técnico mais apurado, mesmo sabendo que a pujança e o apoio não lhes irão faltar…
Antes, já no Sábado à noite, bem no final do mês de Março, com a minha presença frenética e apaixonada, acompanhado do filho, vamos torcer por ganhar ao líder, num Estádio com muita luz, o empenho adequado dos futebolistas para fazer mais uma esticada neste sprint final, para passar o Braga e ficar bem posicionado para a reta final… força BENFICA!
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