Ainda o disparo transviado do Maxi ia no ar quando correremos para casa; a chuva vagarosa bateu nos estores à hora da deita...
E a semana reapareceu
chuvosa, desgosto ou pronuncio dum Outono envelhecido...
6ª-feira foi aliviando do dilúvio em Lisboa com salpicos de sol, colorindo a cidade empobrecida
e resistente ao espírito de Natal...
Atravessámos a ponte,
rodeamos Monsanto para ir ao futebol e a noite premiou a disposição...
Sábado amanheceu cedo,
ainda o branco se entrelaçava nas trevas, o miúdo foi ao treino matinal, o
nevoeiro abafava a agitação, qual vestido que a Nossa Senhora estendeu sobre a
cidade, véu duma padroeira que abriga dos problemas...
A tarde foi traída pelo
cinzento cúmplice da noite, depois do resgate do soldadinho no campo...
Domingo, 2° do Advento, o
sol tímido tirou-nos da cama, futebol com a
garotada, almoço de vistas para a serrania da Pena, seguido de mais pulos
para festejar o aniversário do primo..., atravessámos a ponte que nos guiou
pela noite de volta ao aconchego...
Nova semana despontou com
nuvens espalhadas pelo céu, o sol foi varrendo a negrura, descobrindo o espírito e a claridade... Os dados estavam prontos para serem lançados, o
trabalho ia cansando as horas e a vida, vim apressado para levar o filho ao
basquetebol, para aproveitar o mini-estádio próximo, onde a luz tem mais brilho…
Entravam o Salvio para a
direita, o Jardel para o lado de Garay e o Cardozo como ponta aguçada das
lanças de ataque, mais o Lima, de resto, o meio campo ficava entregue ao Matic
e ao Andre Gomes.
O jogo começou com o
pendor encarnado, pondo em prática a supremacia teórica e moral, no entanto, o
Sporting sem nada a perder quis pôr em campo o orgulho, com a equipa mais
experiente e regular ia pressionando com empenho...
Assim, a
superioridade forasteira foi diluída, a bola era dividida, sem haver muitas
oportunidades, o Sporting apesar de tudo reconhecia a sua situação debilitada, não
se exponha em demasia, preferia o contra-ataque com o esgravulha Capel e o
possante Carrilho, o Rinaudo incansável e o rato Elias ocupavam o meio campo, mas a luta
era titânica, um miudo com muita personalidade e mestria, André e um gigante
lutador, Matic tentavam murar o miolo, o Salvio e o John tinham alguma
dificuldade pelos extremos...
E foi num lance de ataque
rápido, pela meia hora, que o Sporting acabaria por marcar, num bom lance com alguma
sorte no pontapé...
O Benfica espevitou um
pouco, quis igualar, mas três bons remates do Lima e Cardozo não foram
suficientes e o intervalo surgiu com o golo solitário para grande apreensão dos
benfiquistas que assistiam crentes mas numa impaciência crescente...
Vim para casa, mas não
resisti a entrar noutro café, qual estádio de emoções contidas e soltos
comentários sobre o desenrolar dos acontecimentos e da bola...
O Benfica entrou com mais
firmeza, a confiança leonina era a prazo, começaram a recuar em demasia e o
Benfica ia dominando, circulando a bola até que o golo acabaria por aparecer,
num centro do John para o centro da área o Cardozo salta com um defesa e a bola
acabou por entrar...
Depois disso o Benfica continuou
a encostar o rival às cordas, na busca da vitória, e depois de muita
insistência, um remate só parado com a mão, em cima da linha de golo, origina a
expulsão e o penalti perfeitamente marcado pelo Cardozo...
Na euforia e escassez de
minutos para o fim, corri para o meu mundo caseiro, onde o sono familiar estava quase a
deixar-me na solidão do serão... Ainda ouvi o barulho de outro golo e a
confirmação pela radio da vitória segura e esclarecedora do Benfica e escrevi
estas linhas com a alegria contagiante de quem clama pelo sonho...
Sábado é importante manter
a senda de vitórias, não relaxar, para terminar o ano (a temporada de Inverno), lá no cimo da tabela...
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