A semana seguiu viagem, a
manhã doirava a cidade, bebia da geada dos campos, ia de carro até às escolas,
e deslizava numa furiosa velocidade pelo meio dos passeios...
Os pequenos
estudantes foram à festa de natal, o metro corria as ruas, o trabalho rasgava o
tempo, ganha pão antes do graúdo bacalhau...
4ª-feira, dia dúzia, que nos fez pensar na ínfima existência
secular, enquanto calcorreava os passeios atrás da vida presente...
Mais um dia, a rua estava fria e molhada, calçada forrada
de folhas amarelecidas, o céu desfez algumas nuvens para o sol entrar nos becos
e nas carruagens, amornar a rotina... A noite teceu outras, fomos ao futebol,
partida aguerrida que terminou aos doze - igual e saudamos o cristo que nos
alumiou as trevas...
6ª-feira, sacolas figurantes perante a exuberância da
despedida, rebeldia contrastando com o aprisionado trabalho... A chuva contínua
encavalitada no vento brincava com a folhagem, Forum abrigo para o mais
velho... Antes da casa fortaleza, depois do treino, onde fechámos a porta ao
temporal, amantizando a noite com o sonho...
Ultimo Sábado de Outono, brando de chuva, nuvens em manobras pelo submerso céu, futebolista no relvado, diante do guardador de sonhos nas bancadas...
Fomos à biblioteca, contos e imaginação para as férias,
almoçámos com a matriarca, a televisão dava conta do massacre e da comoção
americana (Deus abençoe todos filhos), da ironia palissiana do Pintinho...
A tarde começou com a festa da Catequese, o pequeno ainda
voltou aos relvados para um jogo treino, espreitamos a cor da Festa de Natal do
Colégio e fomos para junto do calor do presépio lá de casa...
O Benfica jogava ao inicio do serão, depois da janta, a
troika tirou-me a Sporttv, fui beber o café e o digestivo de Amarante para as
bancadas do café, em frente do televisor...
O Benfica entrava com a mesma equipa de Alvalade, os
comentários do Carlos Manuel fizeram-me lembraram os 5 minutos à Benfica, um
jogo avassalador que resultou em cerca de 5 cantos em outras tantas jogadas
perigosas...
Apesar da velocidade não ser excessiva, o Marítimo jogava
na expetativa, o Benfica fazia o suficiente para golear, o Sálvio isolado, o
Lima de cabeça, o Cardozo, duas vezes bem posicionado, com tempo para rematar,
mas a sorte quis que fosse o Marítimo, na sequência de um livre, aos 25 minutos, a marcar o
primeiro golo em outros tantos pontapés à baliza...
Benfica apesar do percalço continuou a jogar no meio
campo adversário, pressionando, tentando por a bola na baliza, mas saia sempre ao
lado, os cantos iam avolumando...
Até que num raide aéreo, a cabeça do Cardozo aparece
junto ao poste a por justiça no resultado, pouco passava da meia hora...Até ao intervalo não deu para mais e foi com o empate que se iniciou a segunda metade...
O brandy estava a chegar à ultima gota, o Benfica forçava
o golo da vitória, o tempo ia passando e foi numa das imensas jogadas do John,
na sequência de mais um centro que a bola embate no braço do defesa maritimista,
originando um penalti...
Cardozo não perdoou, mais uma vez em geito, consumando a
reviravolta, para gaudiu dos adeptos já há quase uma hora reféns da
ansiedade...
O Benfica foi carregando ainda mais, abafando o ímpeto
forasteiro com o Matic incansável, rei do meio campo, a entrar pela área, o
Enzo também esteve fulgurante, e o terceiro acabou por aparecer, naturalmente,
numa insistência do Lima, a bola sobrou para o Cardozo, que desta vez não
desperdiçou...
Ainda houve outras oportunidades, a bola saia extraviada,
pareciam que estavam a oferecer bolas aos 32000 adeptos no estádio, saíram o
John e o Cardozo para os aplausos, e o Rodrigo ainda foi a tempo de marcar mais um
golo, que já não conseguia há muito tempo. O Lima, que esteve sempre muito
ativo, merecia faturar mas a sua garra não teve a sorte devida...
E o jogo chegou ao último segundo, abandonei o café
apressado para entrar noutro filme, mais familiar, agarrar o serão preso em pequenos
detalhes de felicidade...
4ª-feira vamos ao Algarve, para um jogo de Taça da Liga,
começar mais uma competição com um olhar apontado à final, antes da consoada,
do amor do Natal nos fortalecer o coração...
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