sábado, 26 de janeiro de 2013

A difícil subida do Bom Jesus!

Braga 1:2 Benfica


A semana foi seguindo invernosa, ora aguaceiros afogando bermas e aspirações, ora sol dissipando nuvens e hesitações...
A trovoada meteu-se por becos e desapareceu na noite, mas quando o gaiato subiu ao relvado voltou num repentino turbilhão..., nas longínquas alturas um forte nevão...

4ª-feira esburacou de azul a manhã, mas a tarde trouxe remendos de névoas e chuviscos... e o céu continuou encoberto, repleto de nuvens, repletas de aguaceiros fracos e constantes…

6ª-feira resistiu ao diluvio e clareou devagarinho a manhã, livrou o Cristo do nevoeiro, desembaraçando a cidade confusa e grande...

A noite foi tecendo o ultimo fim de semana de Janeiro, levei comigo o rapaz ao futebol... Chuviscos acanhados testemunharam o litígio da bola, passagem pelo café, antes da ponte grande contornar o rio e o Cristo luminoso...

Manhã submersa de Sábado chamou o jogador para o treino no planalto, miratejo desamparado para o pai empresário, guardador de sonhos... O el dourado desceu sobre a cidade, trocamos contos e aventuras, almoçamos com a madre, e separamos irmãos entre doutrina e jogo...

Reencontro familiar no pavilhão para aplaudir o basquetebolista, gerações ligadas que não chegaram para evitar derrota penosa, desportivismo...
 
A entrada do serão paz tinha hora e meia de ansiedade em Braga... Interrompi a espiritualidade para descer à pedreira, café e digestivo para anestiar o nervosismo, picareta em punho na frente do televisor...

O Benfica ia a um bastião perdido, mesmo assim foram muito audazes e vibrantes os resistentes que se deslocaram ao estádio...

Gaitan jogava no centro, elo de ligação com Lima, as pontas estavam muito bem armadilhadas com o Salvio e o John, escudados por Maxi e Melgarejo, este ultimo soltou-se um pouco mais na frente, ao contrário de Maxi, aterefado na defesa com o endiabrado Amorim...

À frente da dupla de centrais os brigadeiros de serviço, Enzo e Matic com trabalho esforçado, uma vez que o Gaitan ligava o turbo e desligava um pouco a equipa no meio campo...

O Artur era o último do destacamento, a infantaria começou a avançar no terreno, Gaitan destemido, Salvio arrojado, John um primor, referência na área não havia, o Lima andava dentro e fora, o jogo de futebol é como o do gato e do rato, quando alguem se torna mais forte o outro tem que se defender...

Então o jogo começou com as alas fechadas atrás, o meio campo compressor e numa jogada rápida pela direita, o Salvio aparece no coração da área a colocar a bola na baliza, numa insistência ao primeiro remate devolvido pelo Beto...

Apesar do golo prematuro, aos 5 minutos, o entusiasmo do Braga não sussurrou, o Benfica balanceado no ataque ficava á mercê das diagonais do Éder e do Mossoró, das penetrações do Alan e Amorim, bem apoiados pelo Salino, o Ismaily deu mais nas vistas na segunda metade...

O Braga num lance rápido poderia ter aproveitado um isolamento do Mossoró, ia conquistando vários cantos, lances de bolas paradas que ia levando algum perigo à baliza encarnada...
Todavia, o balanceamento caseiro não produzia efeito e foi num lance de puro contra-ataque que Gaitan assiste de trivela o Lima, este, também à segunda investida remata com a convicção de primeira, dos goleadores, fazendo o dois a zero, na passagem do minuto 35...

O intervalo nunca mais chegava, O Benfica tentava acalmar mais o jogo, o Braga dava tudo para o eletrizar...

Com a segunda metade, mais cafeína para enfrentar uma longa maratona, a bola começou a rolar com o Benfica a jogar mais recuado, mas os visitados apenas chegavam à área através de livres, o Benfica fazia um jogo de sacrifício...

Entretanto, Jesus tira o John para povoar mais o meio campo com o André Almeida e desloca o Gaitan para a esquerda, decorria o minuto 67, mais tarde, sai o Gaitan para dar lugar ao Urreta, um jogador de talento, que tem andado arredado…

Depois de um período em que o Benfica fazia posse e arrastava a partida, e duma aposta aparentemente inofensiva, troca do Amorim pelo João Pedro, eis que, antes da última dezena de minutos para o final, numa desmarcação rápida, o Jardel não chega, o Artur é ludibriado e o Melgarejo atrasado não evitam o golo bracarense, do recém entrado, desconhecido...

Mas o Benfica mostrou mais uma vez carater, não  vacilou perante a galvanização adversária e num lance de ataque, o Lima é pontapeado por trás obrigando à expulsão do Haas, foi o balde de água fria que o Braga precisava para não levantar fervura, e o Benfica acalmou o jogo de vez, o Kardec ainda entrou para consagrar o Lima, e apressar o final, segurando uma preciosa vitória...

Começou assim, da melhor maneira, a 2ª volta da liga, afastando ainda mais o terceiro e agarrando firme o topo da classificação para além da moralização que a vitória representa, para toda a equipa e todos os adeptos…

4ª-feira, continuamos no norte, para disputar a 1ª mão da Taça de Portugal, com visita marcada para o difícil reduto do Paços de Ferreira…

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