Amanheceu outro findar de semana, encoberto e chuvoso, à nossa espera pelos trajetos da vida... A precipitação foi acentuando a bruma e a escuridão apressada desvendando o mesmo rumo...
A mesma noite chamou-nos
de volta, para ir ao treino iniciado, participar no futebol veterano, chuviscos
cumplicies na viagem, enxurrada de água e golos, um brinde antes da fuga ao
temporal que flagelou a madrugada...
O Sábado surgiu endiabrado, num sopro furioso, ficámos debaixo do cobertor, saímos de tarde
para a rua, onde abundavam destroços, para recomeçar a vida...
A noite puxou-nos de novo
para o comodismo, para as esponjas, para a frente do televisor, animados pela viajem
a Montecarlo, Roma, ainda demos um pulo a Nova Iorque antes de seguir até à
savana da Zambézia, nos confins de Africa...
Esfumou-se mais um serão
mágico e sedutor... escudado pelo Domingo, apesar da chuvada, o almoço dos
galos deu-lhe outro espírito, o tio aniversariante chamou-nos ao campo, à
surrapa da troika, porque os primos merecem um banquete tradicional, com a bênção
da tia...
A Chuva intensa acompanhou-nos
a casa, ao íntimo da cidade, ao sossego que nos haveria de congeminar o
regresso à ribalta…
Outra semana chamou-nos
para a rua, o sol tímido apareceu fulminante a doirar o caminho, mesmo que uma
repentina névoa descobrisse por cima dos telhados a cinza do betão, um arco de
cores volveu o encantamento...
O Benfica jogava à noite
em Moreira de Cónegos, pela 3ª vez esta época, só a vitória interessava, eram
legítimas as intenções, para lutar pelo cetro maior, agora que a volta da liga
está já a por em alvoroço os que não esperavam tanta rivalidade, com a desestabilização
do costume: do Pereira, do Costa, do Salvador...
Mas a força do Benfica tem
que vir de dentro, mais intensa e coesa que nunca, assente na humildade e experiência
do Jesus, na determinação dos jogadores, tal como Maxi, Matic, Enzo, Luisão, Lima…, só para citar
alguns, que demonstram uma ambição enorme em querer vencer...
A hora vigésima chegou
ainda por entre a arrumação e os fazeres da casa, a visualização portátil ajuda
à mobilização, mas o aperto do tempo e a pouca prática de navegação por mares
nunca dantes navegados, é inimigo da boa prestação…
Por entre solavancos e
paragens forçadas, interrupções imprevistas, fui acompanhando o desenrolar da
partida. Voltou a por a mesma equipa de Coimbra, o Gaitan também está num bom
nível, o desempenho do John mais sereno e conciso junto da linha também mereceu
a sua oportunidade por volta do minuto 67.
No meio, o motor carburou
bem afinado com a cavalaria Enzo e Matic, no eixo da defesa a dupla gigante
Jardel e Luisão, na frente a dupla goleadora Lima e Cardozo. Os laterais
Melgarejo e Maxi e o Salvio, incansável e mirabolante, do lado direito, na baliza
o rei Artur…
A equipa não entrou com
muito ritmo, nem muito determinada ou seria da lentidão da transmissão, apesar
disso vi o Gaitan a furar a defesa, mas nem remate nem assistência, o Cardozo a
rematar, mas parece que bloqueou com o 150 e pouco mais deu para ver antes do
intervalo…
Segui outra rota, outros ventos, e finalmente consegui acertar com as águas cristalinas, imagens nítidas e sem turbulências, ou será que foi porque o Gaitan, ligou o turbo e ia marcando aos 18 segundos da segunda parte…
Não foi certamente, foi
porque ao chegar ao minuto 48, o Sálvio apareceu de rompante pelo lado direito
e remata cruzado para o fundo da baliza, contagiando de alegria toda a equipa,
a falange presente (Jesus e o Papa) e todo os adeptos ausentes…
O Benfica continuou a
carregar, mas sem alcançar outro golo, aos 65 minutos entra Rodrigo para o
lugar de Cardozo, para ver se a frente de ataque é mais produtiva e minutos
mais tarde o John entra a render o Gaitan, com missão cumprida…
Pouco depois, aparece o 2º
golo, aos 71 minutos com o Lima, numa desmarcação e execução rápidas, a fazer o
que só está ao alcance dos bons avançados, um golo de antologia…
Ainda houve outras
oportunidades, com o espaço concedido, mas as arrancadas várias acabaram por não
ter o melhor seguimento, o John esteve ao seu melhor nível, faltava-lhe o homem
referência na área, e aos 85, sai o Lima para jogar o André Almeida. Talvez com
intenção de não sacrificar tanto o Matic, que ficou a salvo para o jogo de
Braga, consolidar o meio campo, conceder-lhe mais uns minutos de jogo…As declarações do Jesus a propósito da exclusão do Matic foi uma resposta excelente ao nervosismo do Salvador por causa da exclusão dum jogador!
E foi assim,
paulatinamente, sem grande correria, tranquilos, como referiu no final o Jesus,
que construímos mais uma vitória, que nos coloca líderes da primeira volta, sem
qualquer contestação…
Em Braga, no Sábado, é preciso
jogar com cabeça e afinco, dar tudo pela vitória, estar preparado para todas as
adversidades fora e dentro do campo, jogar ao nosso nível com toda a ambição…
Nenhum comentário:
Postar um comentário