segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Lanterna vermelha alumia 2 vezes!

Moreirense 0:2 Benfica

Amanheceu outro findar de semana, encoberto e chuvoso, à nossa espera pelos trajetos da vida... A precipitação foi acentuando a bruma e a escuridão apressada desvendando o mesmo rumo...

A mesma noite chamou-nos de volta, para ir ao treino iniciado, participar no futebol veterano, chuviscos cumplicies na viagem, enxurrada de água e golos, um brinde antes da fuga ao temporal que flagelou a madrugada...

O Sábado surgiu endiabrado, num sopro furioso, ficámos debaixo do cobertor, saímos de tarde para a rua, onde abundavam destroços, para recomeçar a vida...

A noite puxou-nos de novo para o comodismo, para as esponjas, para a frente do televisor, animados pela viajem a Montecarlo, Roma, ainda demos um pulo a Nova Iorque antes de seguir até à savana da Zambézia, nos confins de Africa...
Esfumou-se mais um serão mágico e sedutor... escudado pelo Domingo, apesar da chuvada, o almoço dos galos deu-lhe outro espírito, o tio aniversariante chamou-nos ao campo, à surrapa da troika, porque os primos merecem um banquete tradicional, com a bênção da tia...

A Chuva intensa acompanhou-nos a casa, ao íntimo da cidade, ao sossego que nos haveria de congeminar o regresso à ribalta…
Outra semana chamou-nos para a rua, o sol tímido apareceu fulminante a doirar o caminho, mesmo que uma repentina névoa descobrisse por cima dos telhados a cinza do betão, um arco de cores volveu o encantamento...

O Benfica jogava à noite em Moreira de Cónegos, pela 3ª vez esta época, só a vitória interessava, eram legítimas as intenções, para lutar pelo cetro maior, agora que a volta da liga está já a por em alvoroço os que não esperavam tanta rivalidade, com a desestabilização do costume: do Pereira, do Costa, do Salvador...

Mas a força do Benfica tem que vir de dentro, mais intensa e coesa que nunca, assente na humildade e experiência do Jesus, na determinação dos jogadores, tal como Maxi, Matic, Enzo, Luisão, Lima…, só para citar alguns, que demonstram uma ambição enorme em querer vencer...

A hora vigésima chegou ainda por entre a arrumação e os fazeres da casa, a visualização portátil ajuda à mobilização, mas o aperto do tempo e a pouca prática de navegação por mares nunca dantes navegados, é inimigo da boa prestação…

Por entre solavancos e paragens forçadas, interrupções imprevistas, fui acompanhando o desenrolar da partida. Voltou a por a mesma equipa de Coimbra, o Gaitan também está num bom nível, o desempenho do John mais sereno e conciso junto da linha também mereceu a sua oportunidade por volta do minuto 67.

No meio, o motor carburou bem afinado com a cavalaria Enzo e Matic, no eixo da defesa a dupla gigante Jardel e Luisão, na frente a dupla goleadora Lima e Cardozo. Os laterais Melgarejo e Maxi e o Salvio, incansável e mirabolante, do lado direito, na baliza o rei Artur…

A equipa não entrou com muito ritmo, nem muito determinada ou seria da lentidão da transmissão, apesar disso vi o Gaitan a furar a defesa, mas nem remate nem assistência, o Cardozo a rematar, mas parece que bloqueou com o 150 e pouco mais deu para ver antes do intervalo…

Segui outra rota, outros ventos, e finalmente consegui acertar com as águas cristalinas, imagens nítidas e sem turbulências, ou será que foi porque o Gaitan, ligou o turbo e ia marcando aos 18 segundos da segunda parte…

Não foi certamente, foi porque ao chegar ao minuto 48, o Sálvio apareceu de rompante pelo lado direito e remata cruzado para o fundo da baliza, contagiando de alegria toda a equipa, a falange presente (Jesus e o Papa) e todo os adeptos ausentes…

O Benfica continuou a carregar, mas sem alcançar outro golo, aos 65 minutos entra Rodrigo para o lugar de Cardozo, para ver se a frente de ataque é mais produtiva e minutos mais tarde o John entra a render o Gaitan, com missão cumprida…

Pouco depois, aparece o 2º golo, aos 71 minutos com o Lima, numa desmarcação e execução rápidas, a fazer o que só está ao alcance dos bons avançados, um golo de antologia…

Ainda houve outras oportunidades, com o espaço concedido, mas as arrancadas várias acabaram por não ter o melhor seguimento, o John esteve ao seu melhor nível, faltava-lhe o homem referência na área, e aos 85, sai o Lima para jogar o André Almeida. Talvez com intenção de não sacrificar tanto o Matic, que ficou a salvo para o jogo de Braga, consolidar o meio campo, conceder-lhe mais uns minutos de jogo…As declarações do Jesus a propósito da exclusão do Matic foi uma resposta excelente ao nervosismo do Salvador por causa da exclusão dum jogador!

E foi assim, paulatinamente, sem grande correria, tranquilos, como referiu no final o Jesus, que construímos mais uma vitória, que nos coloca líderes da primeira volta, sem qualquer contestação…

Em Braga, no Sábado, é preciso jogar com cabeça e afinco, dar tudo pela vitória, estar preparado para todas as adversidades fora e dentro do campo, jogar ao nosso nível com toda a ambição…  

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