A semana foi suportando o
inverno, uma dezena de janeiro que trouxe chuva ao meio da manhã mas não
resistiu ao lusitano e soalheiro entardecer... Enquanto a
europa dita leis, sopra a brisa temperada do lado ocidental...
Naufrago das tarefas antes
da boia familiar, o treino noturno, os trabalhos de casa, uma espreitadela na
tv, uma historia encantada para colorir o sonho dos gaiatos...
6ª-f trazia o fim de
semana no ventre, o nevoeiro cobriu de gorro a cidade mas o céu foi aliviando até
mostrar um sorriso dourado...
De noite a chuva ameaçou
mas chegou despercebida ao alvor de Sábado que trouxe biscoitos de sol ao pequeno-almoço...
A manhã foi dedicada ao
sacramento da reconciliação para as crianças da Catequese...À tarde, na ausência do futebol, pus as pernas a mexer, fui até ao parque correr na liberdade da natureza, levei o baixote a reboque enquanto a luz foi esmorecendo no arvoredo...
Trouxe a mãe para dentro da noite familiar e o serão mágico foi tecendo o Domingo...
A chuva manifestou-se
pelos caminhos da madrugada, subiu ao cimo da manhã e da preguiça antes de
ceder aos encantos da tarde... Fomos à missa do batismo do Senhor, espreitamos
a Lisboa das colinas, e trouxemos a noite até ao interior da cidade...
O Benfica já fervia no
pensamento, as trevas aguçavam o apetite para espreitar a catedral repleta de
luz... Jantar ligeiro, saída apressada para a rua à procura duma porta para o estádio,
de coração saltitante, à boleia do cunhado, dois comparsas lampiões no meio da
vibrante assistência...
Na abordagem ao jogo, o
nervosismo arrogante do Vitor esbarrou na sobranceria de Jesus, na verdade o
fator casa poderia influenciar, mas igualdade era a palavra de ordem, uma vitória
dava alento, senão ficaria tudo exatamente na mesma...
A equipa titular do
Benfica era a mais forte, mesmo que em vez do Gaitan pudesse jogar o John, em
vez do Enzo jogasse o André ou em vez do Lima/Cardoso pudesse entrar o Aimar...
O Porto estava bem armado,
o jogo da sua vida é contra o encarnado, só com um elo mais fraco Defour, o
meio campo guerreiro e lutador, dois excelentes laterais, um Lucho como o
vinho, aguentou o jogo todo, e um Moutinho cheio de pilhas...
O Forasteiros entram a
todo o gás, pressionando alto, pouco intimidados com mais de 60.000
espetadores, com a motivação em alta, e num lance de alguma sorte, a bola
sobrevoa a defesa e vai bater na cabeça do Mangala que aparece diante de Artur
a empurrar para o fundo da baliza...
Uma grande frustração, sem
qualquer equipa merecer, os dados lançados ditavam, aos 8 minutos, o golo do
malfadado adversário...
A equipa do Benfica faz
tudo por reagir, pucha pelos galões, o Salvio tenta aparecer, mas o adversário
não permite muito espaço, mas num lance de insistência um remate aparatoso à
entrada da área, o Matic faz um golo soberbo, repondo a igualdade, com direito
a efusiva comemoração, decorria o minuto 10...
O jogo estava muito tático,
culpa do Porto que não deixava jogar, e minutos mais tarde, a sombra do
Jackson, caiu sobre o Artur, ganhou o ressalto e, mesmo com a oposição do Garay,
foi só rematar para a baliza deserta, para meu desespero, passados 5 minutos...
Mais uma vez o Benfica
tinha que correr atrás, mas logo a seguir, 2 minutos volvidos, mais uma vez
pela direita, também numa jogada de insistência, no interior da área, aparece o
Gaitan a fuzilar, num golo de raiva para levantar os ânimos e um grito com
veemência...
Tinham passado cerca de
vinte minutos e já se tinham vivido muitas emoções, mas o jogo começou então a
ser mais disputado no meio campo, com raras ocasiões...
O ligeiro ascendente que
se pode atribuir aos azuis e brancos na primeira parte, mercê da vantagem e
facilidade em marcar, continuou depois do intervalo... O segundo tempo trouxe
um Porto empenhado e coletivamente forte, viu-se mais o Enzo, o Gaitan começou
a desaparecer, o Cardozo apenas apareceu num lance em que poderia resolver o
jogo, mas eram os visitantes que dominavam territorialmente e asfixiavam a
nossa maneira de jogar...
O Jesus perdeu a batalha estratégica
e não foi capaz de resolver com as modificações, o Martins apesar de robusto,
está com pouco ritmo e notou-se pouco, o Gaitan eclipsou-se e deveria ter dado
a sua oportunidade ao John mais cedo, o Aimar foi boa aposta, mesmo com falta
de competição mas talvez o homem certo para sair tivesse sido o Cardozo, que
passou completamente ao lado...
No último terço, as duas
melhores oportunidades foram do Cardozo e do Aimar, mas o Porto mostrou
personalidade e um coletivo forte e dinâmico, acabando por se aceitar o
resultado, com uma igualdade a duas bolas...
Na prática, ficou tudo
igual, não houve um ascendente demolidor que justificasse um vencedor, é difícil
encontrar uma equipa que tenha ganho aos pontos e o campeonato segue dentro de
momentos, o Porto para nos apanhar tem que ganhar em Setúbal...
O
Benfica tem três deslocações, a Coimbra para disputar o acesso às meias da
Taça, já na 5ª-feira, a Moreira na 2ª-feira, para encerrar a 1ª volta da Liga e
ainda em Janeiro vamos a Braga, jogo que temos que vencer para ganhar
mentalidade e maturidade para outros voos em Fevereiro...
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