domingo, 13 de janeiro de 2013

O futebol polvo cedeu um braço à moreia!

Benfica 2:2 Porto

A semana foi suportando o inverno, uma dezena de janeiro que trouxe chuva ao meio da manhã mas não resistiu ao lusitano e soalheiro entardecer...  Enquanto a europa dita leis, sopra a brisa temperada do lado ocidental...

Naufrago das tarefas antes da boia familiar, o treino noturno, os trabalhos de casa, uma espreitadela na tv, uma historia encantada para colorir o sonho dos gaiatos...

6ª-f trazia o fim de semana no ventre, o nevoeiro cobriu de gorro a cidade mas o céu foi aliviando até mostrar um sorriso dourado...

De noite a chuva ameaçou mas chegou despercebida ao alvor de Sábado que trouxe biscoitos de sol ao pequeno-almoço...
A manhã foi dedicada ao sacramento da reconciliação para as crianças da Catequese...
À tarde, na ausência do futebol, pus as pernas a mexer, fui até ao parque correr na liberdade da natureza, levei o baixote a reboque enquanto a luz foi esmorecendo no arvoredo...
Trouxe a mãe para dentro da noite familiar e o serão mágico foi tecendo o Domingo...

A chuva manifestou-se pelos caminhos da madrugada, subiu ao cimo da manhã e da preguiça antes de ceder aos encantos da tarde... Fomos à missa do batismo do Senhor, espreitamos a Lisboa das colinas, e trouxemos a noite até ao interior da cidade...

O Benfica já fervia no pensamento, as trevas aguçavam o apetite para espreitar a catedral repleta de luz... Jantar ligeiro, saída apressada para a rua à procura duma porta para o estádio, de coração saltitante, à boleia do cunhado, dois comparsas lampiões no meio da vibrante assistência...

Na abordagem ao jogo, o nervosismo arrogante do Vitor esbarrou na sobranceria de Jesus, na verdade o fator casa poderia influenciar, mas igualdade era a palavra de ordem, uma vitória dava alento, senão ficaria tudo exatamente na mesma...

A equipa titular do Benfica era a mais forte, mesmo que em vez do Gaitan pudesse jogar o John, em vez do Enzo jogasse o André ou em vez do Lima/Cardoso pudesse entrar o Aimar...

O Porto estava bem armado, o jogo da sua vida é contra o encarnado, só com um elo mais fraco Defour, o meio campo guerreiro e lutador, dois excelentes laterais, um Lucho como o vinho, aguentou o jogo todo, e um Moutinho cheio de pilhas...

O Forasteiros entram a todo o gás, pressionando alto, pouco intimidados com mais de 60.000 espetadores, com a motivação em alta, e num lance de alguma sorte, a bola sobrevoa a defesa e vai bater na cabeça do Mangala que aparece diante de Artur a empurrar para o fundo da baliza...

Uma grande frustração, sem qualquer equipa merecer, os dados lançados ditavam, aos 8 minutos, o golo do malfadado adversário...

A equipa do Benfica faz tudo por reagir, pucha pelos galões, o Salvio tenta aparecer, mas o adversário não permite muito espaço, mas num lance de insistência um remate aparatoso à entrada da área, o Matic faz um golo soberbo, repondo a igualdade, com direito a efusiva comemoração, decorria o minuto 10...

O jogo estava muito tático, culpa do Porto que não deixava jogar, e minutos mais tarde, a sombra do Jackson, caiu sobre o Artur, ganhou o ressalto e, mesmo com a oposição do Garay, foi só rematar para a baliza deserta, para meu desespero, passados 5 minutos...

Mais uma vez o Benfica tinha que correr atrás, mas logo a seguir, 2 minutos volvidos, mais uma vez pela direita, também numa jogada de insistência, no interior da área, aparece o Gaitan a fuzilar, num golo de raiva para levantar os ânimos e um grito com veemência...

Tinham passado cerca de vinte minutos e já se tinham vivido muitas emoções, mas o jogo começou então a ser mais disputado no meio campo, com raras ocasiões...

O ligeiro ascendente que se pode atribuir aos azuis e brancos na primeira parte, mercê da vantagem e facilidade em marcar, continuou depois do intervalo... O segundo tempo trouxe um Porto empenhado e coletivamente forte, viu-se mais o Enzo, o Gaitan começou a desaparecer, o Cardozo apenas apareceu num lance em que poderia resolver o jogo, mas eram os visitantes que dominavam territorialmente e asfixiavam a nossa maneira de jogar...

O Jesus perdeu a batalha estratégica e não foi capaz de resolver com as modificações, o Martins apesar de robusto, está com pouco ritmo e notou-se pouco, o Gaitan eclipsou-se e deveria ter dado a sua oportunidade ao John mais cedo, o Aimar foi boa aposta, mesmo com falta de competição mas talvez o homem certo para sair tivesse sido o Cardozo, que passou completamente ao lado...

No último terço, as duas melhores oportunidades foram do Cardozo e do Aimar, mas o Porto mostrou personalidade e um coletivo forte e dinâmico, acabando por se aceitar o resultado, com uma igualdade a duas bolas...

Na prática, ficou tudo igual, não houve um ascendente demolidor que justificasse um vencedor, é difícil encontrar uma equipa que tenha ganho aos pontos e o campeonato segue dentro de momentos, o Porto para nos apanhar tem que ganhar em Setúbal...

O Benfica tem três deslocações, a Coimbra para disputar o acesso às meias da Taça, já na 5ª-feira, a Moreira na 2ª-feira, para encerrar a 1ª volta da Liga e ainda em Janeiro vamos a Braga, jogo que temos que vencer para ganhar mentalidade e maturidade para outros voos em Fevereiro...

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