Paços Ferreira 0:2 Benfica
Um vendaval enfureceu o oceano, empurrando o mar revolto até à
beirinha das praias ocidentais, pelo ar, a chuva espicaçada foi acalmando no
ancoradouro do final de semana.
O sol foi rasgando o tempo, descendo às esguias ruelas, inundando as praças da cidade, onde os velhos no soalheiro, recebiam carícias fugidias dum tempo amargurado…
O Benfica jogava nos píncaros da tarde, raios oblíquos duma
luz tardia pestanejavam à vastidão da noite, em Paços de Ferreira, o ambiente era festivo,
com a inauguração duma nova bancada, sobressaiam roupas vermelhas e adeptos
ruidosos para assistir a mais um jogo de futebol…
Com a ausência de Enzo, o trabalho pior era atribuído ao Ruben,
que a par de Feijsa, eram os mais sacrificados na disputa da bola, no meio do
campo. Jesus, de resto, não inventava mais, colocando o onze mais
previsível: Oblak na baliza, a dupla de centrais, Garay e Luisão, os laterais
consistentes, Maxi e Siqueira; o batalhão de ataque alinhado com os alas Markovic
e Gaitan e os avançados centros, Rodrigo e Lima.
O Benfica, depois das últimas exibições convincentes, muito embora o empate no
alto Minho, tentava abordar o jogo de forma imperial e avassaladora, mas o
Paços, bem arrumado e compacto, não permitia que a bola entrasse
na resistente muralha defensiva.
A primeira parte passou num ápice, a imagem esbatida pela
claridade do dia e pela fraca nitidez da transmissão do computador, pintaram o pálido desempenho do Benfica, sem qualquer jogada vistosa ou oportunidade mais
esclarecedora…
Esperava-se que a segunda parte trouxesse uma equipa mais
afoita e ambiciosa, que tentasse mudar o rumo dos acontecimentos, era preciso
libertar as amarras defensivas do adversário, procurar, por todas as formas, a
vitória…
Na verdade, a segunda parte parecia enredar-se na mesma
malha, talvez um Benfica mais acutilante, mas numa jogada pela direita, depois
dum canto marcado à maneira curta, um centro do Ruben foi direitinho para a
cabeça do Garay que fuzilou o guarda-redes passense.
O golo deu outro ânimo, o Paços tinha que avançar mais no terreno e o Benfica aproveitou para num lance rápido,
depois duma arrancada do Markovic pela direita, voltar a colocar a bola na
baliza contrária, à entrada para a ultima quarta parte do jogo.
Até ao final a partida não se atou nem desatou mais, os da
casa queriam reagir, mas só o Bebé era dos mais "calmeirões" e arrojados para o
conseguir, ficaram agarrados à sua estratégia defensiva e foram demasiado
inofensivos, nem o Minhoca mordiscou a couve enorme e tronchuda que constituiu a
defesa encarnada.
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