A primavera tenra, avessa ao calor excessivo, melancólica ainda, submissa à chuva triunfante que trouxe o final de semana...
Mas, apesar de combalido com a desfeita do tempo, o sol foi pintando pedaços de dia, comemorações floridas em ambiente familiar...
Um retiro espiritual deixou o lar sem o palpitar de irmãos, folga para atividades no exterior matinal de domingo, o sol só veio para a despedida da tarde, na volta pródiga do filho, quando o Benfica se preparava para mais uma partida na universidade...
Voltei aos écrans panorâmicos, os adeptos do Benfica afluíram à Luz, o entusiasmo vem em crescendo, cerca de 50000 emolduram o cenário para empurrar os encarnados para mais uma vitória contra a Académica. A equipa não se fez rogada, apesar de a espaços privilegiar mais a posse em detrimento do massacre, o ritmo foi o suficiente, com alguma classe à mistura, para alcançar um resultado convincente...
O lance do segundo golo é o exemplo maior. A jogada começou bem perto da baliza defendida por Oblak, e acabou nas redes contrárias, pelo meio ainda houve uma interceção pontual de Makelele, mas isso pouco ou nenhum brilho tira à jogada, concluída por Lima. Estavam então cumpridos 28 minutos e as «águias» deixavam a vitória praticamente sentenciada. Cedo, como já tinha acontecido com o Estoril, com golos aos 7 e 20 minutos.
Desta vez o tento inaugural apareceu aos 11, fruto de uma asneira de Halliche, que cortou contra Lima depois de Rodrigo ter atirado ao poste. A Académica até se apresentava bem organizada, com um bloco coeso, sobretudo na zona intermédia. Fernando Alexandre, Marcos Paulo e Makelele começaram a fechar bem o espaço central, com Agra e Diogo Valente em missão de sacríficio nas alas.
Mas o Benfica teve a inteligência de ser paciente. Mostrou sempre enorme tranquilidade e segurança na circulação de bola, e assim construiu a vantagem, com momentos vistosos.
Como à beira do intervalo, numa iniciativa de Siqueira, que após tabelas habilidosas com Markovic e Rodrigo apareceu na área, mas viu Ricardo negar-lhe o golo.
De tabela em tabela, o Benfica ia criando oportunidades. Foi assim que chegou ao terceiro golo, apontado por Enzo Pérez, após combinação com Rodrigo (59m).
A Académica só criou perigo depois, e em duas ocasiões. Primeiro com um cabeceamento de Rafael Lopes (68m), lançado ao intervalo, e depois com um livre de Marcos Paulo que ainda tirou tinta ao poste (74m).
Mas na verdade esteve mais próximo o quarto golo do Benfica do que o tento de honra da Briosa. É que Rodrigo e Salvio ainda acertaram nos ferros (63m e 90m), antes de Ricardo negar o «hat trick» a Lima no último lance.
Cada vez mais perto, confiantes e serenos, firmeza no andar, vamos conseguindo, em cada jogo, conquistar a vitória que nos há-de consagrar... 4ª-feira vamos defrontar o rival Porto, tentar colocar em jogo todo o nosso potencial, uma humildade que nos faça também acreditar na almejada Taça de Portugal...
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